Após devolução, comerciantes tentam identificar mercadorias saqueadas; polícia ouve suspeitos

Com um estoque de cerca de 300 produtos devolvidos pela população, a Polícia Civil de Abreu e Lima, na Grande Recife (PE), e os comerciantes da região agora identificam as mercadorias saquedas e os suspeitos dos roubos durante a greve da Polícia Militar, realizada na última semana.

De acordo com o delegado Alberes Félix, a polícia lotou um caminhão-baú com os itens retornados e o encaminhou para um depósito da corporação.

Ele afirma que a delegacia foi procurada por pessoas que ficaram arrependidas ou envergonhadas pelo roubo praticado por parentes.

Dentre as mercadorias saqueadas e devolvidas, há aparelhos de televisão, geladeira, ventilador, comida e até pasta de dente. Agora, será feita uma reunião com os comerciantes para que eles possam identificar os próprios produtos.

Geladeiras, máquinas de lavar, aparelhos de ar condicionado e móveis foram deixados em plena rua. Segundo o delegado, a Polícia Militar foi convocada para recolher e levar os produtos para a delegacia.

— Alguns itens sofreram avarias, outros foram usados, e há também mercadoria na caixa ou no isopor, como geladeiras. A nossa grande dificuldade é descobrir a qual lojista pertencem os objetos que foram devolvidos na rua.

A polícia de Abreu e Lima realizou uma campanha para que as mercadorias roubadas fossem devolvidas. Centenas de pessoas decidiram espontaneamente entregar os objetos, com a garantia de que não seriam presas em flagrante.

Segundo Félix, quem devolveu os itens foi ouvido e liberado; só depois receberá uma intimação.

— A devolução e o arrependimento são atenuantes da pena. Mas nós não vamos deixar uma atitude dessas [saques] sem punição.

Greve por melhores condições

Na noite da última quinta-feira (15), bombeiros e policiais militares do Estado encerraram a greve, que durou três dias. A categoria aceitou a proposta do governo de incorporar ao salário a gratificação por risco de vida. Com isso, a remuneração passa de R$ 1.900 para R$ 2.800 por mês. A Força Nacional de Segurança foi chamada pelo governo estadual para agir na Grande Recife em meio à onda de saques, arrastões, assaltos e homicídios — pelo menos 13 pessoas morreram.

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