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Assaltos a sistema bancário crescem quase 150% em dois anos e matam cinco ao mês em 2012

Crimes de “saidinha de banco” lideram levantamento divulgado nesta quinta-feira

Cidades|Vanessa Beltrão, do R7

Homem morreu no início do ano passado vítima de uma "saidinha de banco" no Tatuapé, na zona leste
Homem morreu no início do ano passado vítima de uma "saidinha de banco" no Tatuapé, na zona leste EPITACIO PESSOA

Em média, cinco pessoas morreram por mês em 2012 vítimas de assalto envolvendo bancos. O número faz parte de uma pesquisa nacional feita pela Contraf-Cut (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e pela CNTV (Confederação Nacional dos Vigilantes) a partir de notícias que saíram na imprensa e com o apoio técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os dados apontam que, ao todo, 57 pessoas foram assassinadas no ano passado. O número é 16,3% maior do que em 2011, com 49 mortes, e 147,8% superior na comparação com 2010 que teve 23.

São Paulo lidera em mortes durante assaltos envolvendo bancos

Os crimes de “saidinha de banco” lideram as ocorrências, totalizando 30 mortes no ano passado. Com o aumento de correspondentes bancários (empresas, integrantes ou não do sistema financeiro para a prestação de serviços básicos) no País, os assaltos a esses locais, que funcionam, muitas vezes, em mercados, lotéricas sem vigilância, apareceram em segundo lugar, representando 16% do total de mortes. Essas ocorrências ficaram à frente dos assaltos a agências, que somaram oito vítimas fatais (14%).


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O presidente da Contraf-Cut, Carlos Cordeiro, informou que o órgão é a favor do aumento no número de postos de atendimento bancários, mas é preciso que se tenha preocupação com a segurança desses estabelecimentos.


— Tem que ter essa garantia de ter vigilância, porta giratória, cofre com detector de metal, alarme e os bancos estão numa batalha de que falar que os correspondentes não precisam ter isso, que gera um custo e inviabilizaria o projeto. Nós precisamos manter é a vida das pessoas e não a rentabilidade dos bancos.

Homens


Uma das novidades da pesquisa, que é realizada desde 2010, foi o levantamento por gênero e faixa etária. Em 93% dos casos, os homens são os que mais morrem em assaltos envolvendo bancos. O maior número de vítimas fatais está entre as pessoas mais velhas, com faixa etária entre 41 a 50 anos.

Segundo Cordeiro, essa disparidade na questão do gênero se refere ao fato de boa parte das vítimas é policial e vigilante, cargos ocupados em sua maioria por homens. Para o presidente da CNTV, José Boaventura, o resultado também mostra que os mais vulneráveis e desprotegidas são as com mais idade.

— O índice letalidade hoje é da faixa etária mais jovem na violência como um todo. Nós temos um corte inverso aqui.

Perfil das vítimas

Os clientes de bancos aparecem em primeiro lugar como as principais vítimas fatais dos assaltos. O número também cresceu 10% na comparação 2011/2012. A maioria foi assassinada em saidinhas de bancos. Em seguida aparecem os vigilantes. No ano passado, nove morreram.

Para tentar conter essa criminalidade, o presidente da Contraf-CUT informou que os bancos deveriam ter esquema semelhante a dos terminais aeroportuários, além de os vigilantes passarem por um treinamento específico para segurança bancária.

— Então você vai no aeroporto, tem raio-x, detector de metais. Os bancos precisam ter bons equipamentos.

Além disso, ele defende que os clientes deveriam receber comunicados sobre como se comportar durante o saque do dinheiro. Os bancos também deveriam instalar divisórias nas filas do caixa e biombos (objeto para proteger ou ocultar uma área) nos terminais eletrônicos. O objetivo é dar mais privacidade ao cliente e impedir que outras pessoas observem a movimentação financeira.

Um projeto também está sendo apresentado nas câmaras municipais e nas assembleias legislativas para a instalação de biombos entre os caixas eletrônicos. Na Paraíba, o esquema já funciona há dois anos e segundo a Contraf-Cut, nenhum caso de morte foi registrada desde então.

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