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Chefes de facções em “guerra” em Pedrinhas devem ser transferidos até o fim da semana, diz secretário

Aluisio Mendes afirma que prazo depende de autorizações da Justiça do Maranhão

Cidades|Thiago de Araújo, do R7

Detentos mais perigosos deverão ser transferidos nos próximos dias
Detentos mais perigosos deverão ser transferidos nos próximos dias Detentos mais perigosos deverão ser transferidos nos próximos dias

Os principais líderes das duas facções criminosas que disputam o controle do tráfico de drogas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, devem ser transferidos para presídios federais até o fim desta semana. Uma reunião entre a SSP-MA (Secretaria de Segurança do Maranhão), o Governo Estadual e o TJ-MA (Tribunal de Justiça do Maranhão), que começou na manhã desta terça-feira (7), define os últimos detalhes de toda a operação.

Em entrevista ao R7, o secretário de Segurança Pública Aluisio Mendes disse que a relação de presos que serão transferidos para os quatro presídios federais espalhados pelo País – Campo Grande (MS), Catanduvas (PR), Mossoró (RN), e Porto Velho (RO) – já está pronta “há muito tempo”, mas os prazos dependem da análise do Poder Judiciário.

— Essa relação nós já temos há muito tempo. São as lideranças que já estão mapeadas pela inteligência da polícia (...). Por parte do sistema de segurança pública essas pessoas já estão nominadas, identificadas e quantificadas. Agora o tempo de remoção será definido nessa reunião, o que só pode ocorrer com autorização da Justiça.

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O Ministério da Justiça disponibilizou 25 vagas no sistema prisional federal para a SSP-MA, mas Mendes não quis confirmar o número de presos que serão transferidos, por questões de segurança, mas destacou que será “um número significativo”. O secretário acredita que o trâmite deve ser rápido, sobretudo pela grave situação no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Além do governo estadual, a Corregedoria de Justiça do Maranhão e a Vara de Execuções Penais acompanham o caso.

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Mendes procurou ainda minimizar o vídeo de presos decapitados, divulgado nesta terça-feira, ao qual afirmou ainda “não ter tido acesso”.

— O que posso dizer é o seguinte: tivemos episódios de rebelião aqui no sistema penitenciário nas quais ocorreram decapitações, isso é notório, todo mundo sabe. O que não sei é se esse vídeo específico foi feito em uma dessas rebeliões. Teria que ver o vídeo para dar essa opinião, mas não tenho conhecimento do vídeo ainda.

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“Inteligência atuante” garante a segurança no Estado

Aluisio Mendes aproveitou para acalmar a população. De acordo com o secretário, incidentes como os ataques ordenados por líderes de facções que estão presos em Pedrinhas – nos quais Ana Clara Santos Sousa, de seis anos, acabou morrendo após ter 95% do corpo queimado em um ônibus – não serão registrados graças ao que o secretário chamou de “inteligência atuante” da Polícia Civil maranhense.

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A briga entre duas das cinco facções que possuem representação dentro do complexo prisional, transferida das ruas para dentro da cadeia, seria mais um elemento que comprovaria, segundo Mendes, o trabalho presente da força policial no Estado.

— Aqui no Maranhão nós temos um diferencial que é o número de mortos dentro do sistema, porque diferentemente de São Paulo e outros Estados, onde há uma facção criminosa que é hegemônica e domina o tráfico, aqui existem duas facções que estão disputando essa hegemonia. Essa briga por esse controle do tráfico, como todas essas lideranças foram presas pela polícia do Maranhão, se transferiu para dentro do sistema penitenciário, onde essa disputa está ocorrendo.

Ele completa:

— Não está fora de controle, tanto que quando foi dada essa ordem de dentro do sistema penitenciário, quando eles sentiram que a disciplina estava sendo implantada, que está se retomando o controle do sistema, uma maneira de reagir, como ocorreu em outros Estados, é realizar essas barbaridades nas ruas. Mas aqui, em menos de 36 horas, todos foram presos, foram identificados, porque a polícia já fazia um trabalho de inteligência sobre eles e hoje estão presos e responderão por esses crimes. Com certeza acreditamos que hoje dificilmente incidentes como esse voltem a ocorrer. Nós temos um trabalho muito intenso de inteligência e temos uma presença muito mais efetiva da polícia na rua, justamente para dar essa tranquilidade à população do Maranhão.

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Na visão do Secretário de Segurança do Maranhão, é tempo de repensar a discussão em torno das prisões não só no Estado, mas em todo o Brasil.

— Esses episódios acontecidos no Maranhão já aconteceram em vários Estados da Federação, até com gravidade superior. Aconteceu em São Paulo, em Santa Catarina recentemente. Então são episódios que têm sido recorrentes no Brasil em função da estruturação do crime organizado e a fragilidade do sistema penitenciário no Brasil, não é só no Maranhão. O que nós temos que fazer aqui é reestruturar o sistema penitenciário, para que essas pessoas não tenham contatos e essas mortes continuem acontecendo.

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