Ele entrou de novo para procurar a irmã e não voltou mais, diz pai de vítima
Vinicius Rosado, de 26 anos, se formaria em educação física
Cidades|Sylvia Albuquerque, do R7
Vinícius Rosado, uma das 231 vítimas mortas no incêndio em Santa Maria (RS), chegou a sair da boate Kiss, mas voltou para procurar a irmã e não retornou mais. Antes disso, ele já havia retirado cerca de 14 pessoas. Na confusão, os dois não se encontraram, mas a jovem já havia sido retirada e estava bem.
O pai dele, Ogier de Vargas Rosado, disse que o filho sempre foi uma pessoa muito solidária e não conseguiria ficar do lado de fora sabendo que a irmã poderia estar em perigo. Com essa certeza, ele tenta se consolar e vê tudo como uma fatalidade, mas desejando justiça.
— Ele era forte, amigo e sempre se preocupou com os outros. Eu sei que ele não conseguiria ficar do lado de fora vendo tanta gente morrer. Ele teve uma vida curta, mas cheia de amor e muita luz.
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Vinícius estudava educação física na Universidade Metodista e se formaria no meio do ano. Ele tinha 26 anos. A irmã, Jéssica Rosado, tem 24 anos.
— Onde um ia, o outro tinha que estar junto. Eles não se desgrudavam. O Vinícius jamais se perdoaria se ficasse bem e ela não. Não cabe a mim apontar culpados. Isso não me importa, porque ele não vai voltar, mas quero que seja feita a justiça e isso nunca mais aconteça.
No sábado (26), ele e o filho fizeram um churrasco no almoço. Foram os últimos momentos. Durante a madrugada, a filha ligou avisando do incêndio e ele correu para a boate Kiss.
— Assim que cheguei, a Jéssica disse que achava que ele tinha entrado para procurá-la. Tentei achá-lo por 40 minutos. Daí tive a notícia que ele foi para um hospital, mas chegou sem vida. Ele era muito alegre e fizemos um pacto de continuar vivendo por ele, em homenagem a ele.
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada deste domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. O fogo se espalhou em poucos minutos. Até agora, dois donos da boate e dois integrantes da banda foram presos.
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