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K9: superdroga com efeito "zumbi" liga alerta da polícia no ES

Entorpecente tem níveis de THC centenas de vezes mais elevados que os da maconha e pode causar psicose e convulsões

Folha Vitória|

Folha Vitória
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Nas últimas semanas, um sinal de alerta foi ligado em todo o Brasil por conta do consumo de um entorpecente conhecido como K9 que, dentre os efeitos, leva o usuário a um estado de psicose e confusão mental intensos, o que lhe rendeu a nomenclatura de "superdroga zumbi". 

No Espírito Santo ainda não há registros de apreensão desta droga, mas em outros estados como São Paulo e Goiás, o entorpecente já faz parte de círculos de usuários, o que deixa as forças de segurança capixabas em alerta. 

De acordo com o responsável pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (DENARC), delegado Tarcísio Otoni, a droga já é uma velha conhecida nos Estados Unidos, mas só agora cruzou o Atlântico para o Brasil. 

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"Essa droga tem chegado agora no Brasil, principalmente na Zona Leste de São Paulo. No Espírito Santo fazemos o monitoramento constante de novas drogas pelo Denarc. Nos Estados Unidos, ela é conhecida desde os anos 1990 como spice, mas por aqui ganhou esse nome de K2 ou K9, as chamadas drogas K", explicou o delegado.

Segundo o delegado, como muitas outras drogas sintéticas, o K9 começou com outro propósito. Ele explica que a droga foi manipulada em um laboratório da Carolina do Sul e procurava tratar dores de pacientes em tratamento de doenças como câncer e Aids. 

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O que acontece é que de lá para cá, a droga se popularizou entre usuários recreativos, se tornando um entorpecente de abuso, assim como outras substâncias como o fentanil e oxicodona. 

Superdroga não é maconha

Por tratar-se de uma droga fumada e, quase sempre, misturada à cannabis, o K9 ganhou o nome de maconha sintética. Mas como avisa o delegado Tarcísio Otoni, de maconha o entorpecente não tem nada. 

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Segundo ele, ela é uma droga líquida que é borrifada em uma erva seca, podendo ela ser maconha ou qualquer outro tipo de planta ressecada e que os efeitos são muito mais intensos e perigosos do que o da cannabis. 

"É um líquido que o traficante borrifa e vende como se fosse uma maconha mais potente, mas de maconha não tem nada. Os produtos químicos da droga ligam os mesmos receptores do THC no organismo, mas de forma bem mais acentuada. A maconha tem um nível de THC por volta de 4% a 6%, já essa droga tem níveis centenas de vezes mais potentes".

De acordo com o delegado, os efeitos apresentados por esses níveis elevados de THC é que garantiram à droga o apelido de "zumbi" e que o entorpecente tem sido proibido até pelo tráfico de drogas 

"Ela causa hipersonolência, psicose, confusão mental, convulsões e pode ser letal já no primeiro uso. As forças de segurança de São Paulo nos informaram que, em alguns locais, os próprios traficantes proíbem a chegada dela, porque por conta da letalidade, acabam perdendo dinheiro, pois os usuários param de consumir o crack".

Fácil transporte

O delegado Tarcísio Otoni afirma que as forças de segurança do Espírito Santo realizam a catalogação sistemática de todas as drogas apreendidas no Estado, mas os entorpecentes sintéticos têm uma peculiaridade que dificulta este trabalho. 

As drogas de comum apreensão como maconha, cocaína e crack são de rastreio mais facilitado, pois os países de origem já são conhecidos, mas as drogas sintéticas como a K9 podem ser enviadas pelo correio ou serviço postal, o que acaba descentralizando sua origem. 

"Esse é um complicador, mas estamos sempre monitorando e catalogando estas drogas. Somos vizinhos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, caso essa droga surja, saberemos como nivelar e monitorar", disse.

Leia Também: Tráfico internacional: drogas raras como o fentanil continuam chegando ao ES

"Estamos em contato, inclusive, com o Sul do Estado para evitar que esta droga seja mais uma no catálogo do Espírito Santo. Sabemos que há o caso de saúde pública, que afeta a vida do usuário e também o problema policial, pois a venda aumenta também o poder do narcotráfico", alertou. 

Toxina de sapos

Outro caso que chamou atenção nas últimas semanas foi o uso de uma toxina extraída da pele e do veneno de sapos como entorpecente alucinógeno em estados como Goiás. 

Segundo o delegado, este tipo de uso também já é conhecido e não apenas com esta toxina específica, mas o uso de cogumelos ou outros vegetais alucinógenos como drogas de abuso. 

"Quando pensamos em drogas, pensamos logo em jovem que quer transgredir, experimentar algo novo. Em Goiás se tem notícias do uso desta toxina expelida pelo sapo, e é claro que o narcotráfico se aproveita disso".

Ele relata que os sapos usados para a extração da toxina foram importados do México e têm propriedades parecidas com as toxinas dos cogumelos. "São substâncias extremamente perigosas, assim como os opioides, até mesmo uma quantidade ínfima pode matar ou causar dependência química", destacou. 

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