A Polícia Civil está investigando casos de intoxicação alimentar em cães após o consumo de um tipo de petisco. Dois desses casos aconteceram no Espírito Santo e muitos tutores estão com medo. Outros casos semelhantes são investigados em Minas Gerais e em São Paulo.
Por isso, a médica veterinária Caroline Siqueira explica os casos e de que forma a substância apontada como causa da intoxicação pode afetar o pet.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas pelo WhatsApp, clique aqui e participe
O que os tutores devem prestar atenção no comportamento dos animais?
Segundo a veterinária, após a intoxicação os cães não vão querer se alimentar. Logo aparece o vômito e a diarréia, ou seja, sintomas gastrointestinais e a falta de apetite.
Caroline afirma que a doença causa uma insuficiência renal aguda, ou seja, o rim para de funcionar. Ao levar o animalzinho no veterinário, pode-se observar que a creatinina e a ureia estarão muito elevadas.
Como diferenciar se o pet está com gastroenterite ou algo mais grave?
Segundo a médica, como o cachorro não demonstra muito em um quadro de gastroenterite, o ideal é levar o animal para o serviço de emergência veterinária ao perceber os sintomas.
O cão começa a ficar desidratado a partir do momento em que começa a vomitar, não se alimentar e não beber água. Segundo Caroline, uma intoxicação alimentar que atinge a parte renal, como a dos cães provocadas pelo petisco, pode piorar o quadro clínico do animal.
LEIA TAMBÉM: Nove cães morrem por suspeita de intoxicação após comer petisco, diz polícia
A médica afirma que em qualquer caso de gastroenterite, o ideal é levar o pet para uma clínica veterinária. Segundo ela, existem métodos para estimular o vômito em casos de intoxicação, mas não é o recomendado.
De que forma a substância apontada como causa da intoxicação pode afetar o pet?
De acordo com o laudo preliminar da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos cães morreu de insuficiência renal e uma das possibilidades que poderia ter causado esse quadro seria a intoxicação por etilenoglicol, substância tóxica usada como anti-congelante.
A substância tóxica é a mesma encontrada no caso da cervejaria Backer, em que 10 pessoas morreram intoxicadas e 19 ficaram com sequelas após a contaminação.
Segundo Caroline Siqueira, após ingerir a substância, o principal sintoma é o quadro gastrointestinal. No entanto, esse quadro pode aumentar por causa da insuficiência renal causada pela desidratação.
Ministério da Agricultura interditou fábrica de produtos para alimentação animal suspeita de contaminação
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, na última sexta-feira (02), que a fábrica da Bassar Indústria e Comércio Ltda, que fica em Guarulhos, em São Paulo, fosse interditada.
A pasta também determinou o recolhimento de produtos para alimentação animal suspeitos de contaminação. A princípio, segundo o Mapa, os produtos identificados com possível contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser realizado pela empresa e os produtos devem ficam apreendidos nos armazéns da própria empresa.
O Ministério informou ainda que já coletou as amostras dos produtos. Elas serão encaminhadas aos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do Ministério para análise.
O que diz a Bassar Pet Food?
Procurada pelo Folha Vitória, a empresa não se pronunciou sobre o caso investigado no Espírito Santo. Em nota enviada ao Estadão Conteúdo, a Bassar Pet Food afirmou que colabora com as investigações e presta orientações aos consumidores que entram em contato com a empresa.