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Gegê do Mangue, maior liderança solta do PCC, é morto no Ceará

Rogério Jeremias de Simone foi alvo de uma suposta emboscada em área de mata fechada próxima à Fortaleza. Ocorrência foi registrada na sexta-feira

Cidades|Com Plínio Aguiar, do R7

Gegê do Mangue estava foragido desde abril de 2017
Gegê do Mangue estava foragido desde abril de 2017 Gegê do Mangue estava foragido desde abril de 2017

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, maior liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas, foi assassinado em uma suposta emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Com Gegê, também foi encontrado morto Fabiano Alves de Souza, o Paca.

O Ministério Público do Estado de São Paulo suspeita que o crime tenha sido motivado por disputas internas da facção.

As mortes teriam ocorrido na madrugada de sexta-feira (16) e os corpos foram encontrados na manhã seguinte. Testemunhas relataram à polícia cearense que um helicóptero pousou na região e logo depois foram ouvidos uma sequência de disparos. Investigadores paulistas acreditam que tenha sido montada uma emboscada contra Gegê e Paca.

Os corpos só foram identificados horas depois, mas a mensagem se espalhou rapidamente pelo sistema prisional paulista dando conta da morte de Gegê.

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Duas hipóteses principais estão sendo consideradas para o caso. A primeira, apontada por integrantes do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, é que a morte de Gegê tenha ocorrido em represália ao assassinato de Edilson Borges Nogueira, o Biroska, que aconteceu em 5 dezembro na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Ele possuía funções na Sintonia Final, cúpula da facção, e foi morto a golpes de estilete.

Outra possibilidade é que, na rua, Gegê estava ganhando mais poder do que os líderes presos do PCC desejavam. "Acredito que o Gegê tenha crescido demais e agiram para cortar essa liderança. Na rua, era o membro mais forte que o PCC tinha", disse o procurador de Justiça do MP paulista Márcio Sérgio Christino, que atuou em investigações contra o PCC na década de 1990 e nos anos 2000.

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Ele é autor do livro Laços de Sangue, a história secreta do PCC, e diz que ações como essa permeiam a história da facção. "Quando isso acontece, a parte vencedora já tem tudo preparado. A morte não é o início de algum plano, é o final, a sua concretização", disse ao Estado neste domingo (18).

Acreditava-se que Gegê estava comandando negócios do PCC atuando fora do País, principalmente na Bolívia e no Paraguai. "Essa é a hipótese mais provável. Ele não estava no Ceará, mas foi levado para lá", disse Christino. Em fevereiro do ano passado, a Justiça expediu alvará de soltura em favor de Simone em razão da demora no julgamento de um caso de assassinato.

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No mês seguinte, ele seria condenado a 47 anos, e desde então era considerado foragido. Ele respondia a pelo menos 11 processos por homicídio, formação de quadrilha e tráfico de drogas, entre outros crimes.

A soltura do acusado havia sido obtida porque em nenhum dos outros processos a que responde houve decreto anterior de prisão provisória. Antes da decisão no processo de Presidente Venceslau, a defesa de Gegê já havia conseguido reverter no STF (Supremo Tribunal Federal) a prisão relativa a outra acusação de homicídio, que foi cometido em 2004 na favela do Sapé, no Rio Pequeno, zona oeste de São Paulo. Ele, em parceria com Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, são acusados de ordenar, por celular, um duplo homicídio.

Outro lado

A SSPDS-CE (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará) informou, por meio de nota, que "equipes da Polícia Militar do Ceará, da Polícia Civil do Estado do Ceará e da Perícia Forense do Estado do Ceará estiveram realizando os primeiros levantamentos em uma área indígena, no município de Aquiraz - Área Integrada de Segurança 13, onde dois corpos do sexo masculino, sem identificação, foram encontrados na tarde dessa sexta-feira (16)."

A pasta afirma que "as vítimas permanecem sem identidades comprovadas". Ainda segundo o texto, a "Pefoce trabalha na identificação formal dos corpos através da necropapiloscopia, que consiste na identificação humana de cadáveres a partir das papilas dérmicas ou, caso necessário, por meio de exame de DNA. Todas as circunstâncias do crime estão sendo investigadas pela Polícia Civil".

Detalhes sobre o caso só serão repassados, de acordo com a secretaria, "no momento oportuno para não comprometer o andamento das investigações. As diligências estão em andamento para localizar os autores dos homicídios."

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