Incêndio em casa noturna de Santa Maria (RS) deixa ao menos cem mortos
Fogo começou durante a madrugada, quando a boate estava cheia
Cidades|Fernando Mellis, do R7
Um incêndio dentro de uma casa noturna no centro de Santa Maria, a 290 km da capital, Porto Alegre, deixou ao menos cem pessoas mortas, segundo a Polícia Civil, e mais de cem feridos durante a madrugada deste domingo (27). As chamas podem ter sido provocadas por um sinalizador, lançado por uma pessoa que estava no palco.
A boate Kiss estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de 1.000 pessoas estariam no local. A festa era de estudantes de vários cursos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Ainda não se sabe ao certo o que provocou o incêndio.
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A área foi isolada para o trabalho de retirada dos mortos. O Corpo de Bombeiros precisou quebrar uma parede da casa para que a fumaça saísse e para facilitar o resgate das pessoas.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lamentou o acontecido em um vídeo publicado na internet momentos antes de embarcar para Santa Maria.
— Recebemos hoje pela manhã esta notícia terrível de uma tragédia gravíssima na cidade de Santa Maria. Em luto ao Rio Grande, em luto ao Brasil, em luto à cidade, neste momento estou me dirigindo para lá para acompanhar o trabalho da Brigada Militar, dos bombeiros, da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias. Também para compartilhasr o luto da cidade, que um luto de todo o Rio Grande, de todo o nosso País.
O delegado Sandro Meinerz falou, em entrevista à rádio Guaíba, que havia uma única saída na boate, o que dificultou a evacuação do local.
— É um acesso muito pequeno. Havia muita gente lá dentro. A porta virou um funil e eles tiveram dificuldade para sair. As pessoas, na hora do pânico, usam de todas suas forças para sair e muita gente acabou morrendo por causa disso.
Ele ainda acrescentou que a Polícia Civil procura pelos proprietários da Kiss. As primeiras testemunhas devem ser ouvidas neste domingo.
Os feridos foram levados aos hospitais de Caridade, Universitário, da Brigada Militar, Casa de Saúde e do Exército. Um caminhão da Brigada Militar precisou ser usado para levar os primeiros 70 corpos a um ginásio local. Às 8h45, o trabalho de retirada das vítimas fatais ainda não havia terminado.
Policiais trabalhavam para conter famíliares que estiveram no local em busca de informações. Muitos quiseram entrar na casa noturna e tiveram que ser impedidos.
Pelas redes sociais, pessoas convocavam doadores de sangue, ajuda de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para os hospitais.