O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), mostrou que a forma de pagamento da consumação por comanda, utilizada pela maioria das casas noturnas, pode ser um obstáculo para os clientes deixarem o local em caso de emergência.
Uma alternativa é o pagamento antecipado da consumação. Há casas noturnas que utilizam as fichas de papel — o cliente paga a bebida e recebe um tíquete para trocar no balcão.
Outras boates digitalizaram o processo e oferecem cartões de consumo nos quais o valor da bebida é debitado dos créditos.
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O bar Carioca Club, em São Paulo, por exemplo, oferece o cartão de consumo. Segundo o gerente Ricardo Garcia, um dos benefícios é não ter fila de pagamento de comanda.
— Com isso, os clientes acabam consumindo mais, porque eles sabem que não vão ter fila para sair.
Segurança
A associação de consumidores Proteste fez um estudo em diversas casas noturnas de São Paulo e do Rio de Janeiro para avaliar as condições mínimas de segurança para os consumidores.
Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da associação, a forma de pagamento não interfere na segurança se todas as regras do alvará forem cumpridas.
— Nosso estudo notou que alguns direitos do consumidor não são respeitados. Um exemplo é a cobrança de consumação mínima, que ainda é feita em algumas casas noturnas.
Outro problema avaliado pela Proteste é a cobrança de multa por comanda perdida. A prática é considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor.
Boates
Em São Paulo, não há uma associação que reúna as casas noturnas e boates. A Associação de Bares e Restaurantes não tem uma segmentação específica para esse tipo de estabelecimento.
De acordo com a prefeitura, há 315 estabelecimentos com alvará de funcionamento para local de reunião na cidade e outros 171 estabelecimentos com processos em andamento para revalidação ou emissão do primeiro alvará.