Para promotor, seguranças de PC Farias sabiam que empresário e namorada seriam assassinados
Ministério Público quer que réus, acusados de coautoria, sejam condenados por homicídio
Cidades|Do R7, com Rede Record
O promotor de Justiça Marcos Mousinho quer que os quatro réus que irão a júri popular pelo assassinato do empresário Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, sejam condenados pelo crime de homicídio, e não de coautoria, pelo qual respondem.
O julgamento começará na próxima segunda-feira (6), em Maceió (AL). PC, ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor, e Suzana foram mortos no quarto da casa de praia de Farias, no Povoado de Guaxuma, litoral norte de Maceió, na madrugada do dia 23 de junho de 1996.
Os réus são ex-policiais que atuavam como seguranças do empresário. O promotor disse acreditar que eles não cumpriram com sua função — zelar pela vida das vítimas — porque sabiam que o crime seria cometido.
Os ex-militares que atuavam como seguranças do empresário vão estar no banco dos réus. São eles Adeildo dos Santos, Josemar dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho. Ao todo, serão ouvidas 27 testemunhas, entre elas o ex-deputado Augusto Farias, irmão de PC Farias. O júri deve durar cinco dias e será presidido pelo juiz Maurício Breda, da 8ª Vara Criminal de Maceió.
Na época em que foi morto, PC estava em liberdade condicional. Ele respondia por crimes como sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. A morte do tesoureiro foi investigada como queima de arquivo, pois ele poderia fazer revelações sobre a participação de outras pessoas nos esquemas.
Inicialmente, as investigações apontaram que Suzana teria matado Farias e depois se suicidado, mas a hipótese logo foi descartada. O Ministério Público ofereceu denúncia aos quatro réus, porém nenhum foi apontado exatamente como o assassino. Mesmo ao longo desses 17 anos ninguém foi acusado como mandante do crime que nunca foi realmente esclarecido.