Polícia nega indícios de que João Rafael tenha sido levado para fora do País
Desaparecimento da criança, vista pela última vez em 24 de agosto de 2013, ainda é mistério
Cidades|Ana Cláudia Barros, do R7
A delegada-titular do Sicride (Serviços de Investigação de Crianças Desaparecidas) da Polícia Civil do Paraná, Nilcéia Ferraro da Silva, afirmou em entrevista ao R7 que, por ora, não há indicativo de que João Rafael Kovalski tenha sido levado para fora do País. O menino sumiu perto de completar dois anos de idade, em 24 de agosto de 2013, na zona rural de Adrianópolis, região metropolitana de Curitiba (PR).
A hipótese chegou a ser cogitada após denúncias de que a criança havia sido vista na Holanda. Houve ainda suspeitas, não confirmadas, de que o garoto estaria nos Estados Unidos. Além da Polícia Federal, a Interpol foi mobilizada.
O desaparecimento de João Rafael provocou grande comoçãos nas redes sociais.Várias páginas foram criadas na tentativa de ajudar a divulgar o caso. Após a publicação da foto da criança no Facebook do R7 nesta segunda-feira (25), alguns internautas chegaram a mencionar a história de que o menino teria sido levado para o exterior.
Nilcéia, que está à frente do Sicride há cerca de 70 dias, informou que a polícia trabalha com duas linhas de investigação: sequestro ou a possibilidade de o garoto ter caído no rio que passa atrás da casa onde mora a família. Na época, buscas foram feitas na tentativa de localizar o corpo de João Rafael.
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— Cães farejares identificaram o cheiro do bebê no local onde ele costumava a brincar e perto do rio.
A titular do Sicride revelou que o inquérito sobre o desaparecimento já acumula 14 volumes.
— Os delegados anteriores também tinham interesse em resolver o caso o mais breve possível. Estou assumindo agora. As duas linhas vão ser levantadas com profundidade. A Lorena (mãe do menino) e o marido serão os primeiros inquiridos.
Babá
Familiares de João Rafael Kowalski chegaram a desconfiar de que a babá de João Rafael poderia estar envolvida no desparecimento da criança, mas, de acordo com Nilcéia, não foram encontrados indícios contra a mulher, que prestou depoimento na delegacia.
— Até o momento, não houve elementos para que os delegados anteriores representassem pela prisão temporária ou preventiva da babá ou de qualquer outra pessoa.
João Rafael sumiu enquanto brincava com as irmãs, próximo a casa da avó. A idosa estendia roupas no varal quando o menino foi em direção à casa da mãe, localizada no mesmo quintal, que é separado por um pequeno portão. Durante o curto trajeto, a criança sumiu.
Desespero
Na manhã desta terça-feira (26), a professora Lorena Cristina Conceição fez um desabafo em sua página no Facebook e publicou fotos do filho. Em tom de desespero, afirmou que não aguentava mais ficar sem resposta, sem saber a verdade sobre o que aconteceu com a criança.
Lorena disse ainda: “Eu peço a Deus força, mas tem hora que tenho vontade de sumir. Estou enlouquecendo. Estou no fundo do poço [...] Eu quero uma resposta para tentar viver um pouco, pelo amor de Jesus Cristo. Se alguém souber de alguma coisa dele [João Rafael], sei lá, fala. Pelo amor de Deus, tira essa angústia, tira esse inferno da minha família".
Se alguém tiver alguma informação, deve entrar em contato com o Sicride (Serviços de Investigação de Crianças Desaparecidas) da Polícia Civil do Estado do Paraná, no telefone (41) 3224-6822, ou com a Polícia Federal, pelo telefone (41) 3251-7500. Outra opção é enviar e-mail para sicride@pc.pr.gov.br ou contato@desaparecidosdobrasil.org.