Mensagens de celular encontradas pela mãe e pela irmã da fisiculturista Fabiana Paes, de 36 anos, achada morta em um hotel de Natal (RN), na última quarta-feira (2), levaram a polícia a levantar mais uma hipótese para o caso. O marido da vítima, Alexandre Paes, considerado suspeito no assassinato da esposa, teria recebido mensagens de uma outra mulher.
Segundo o delegado que investiga o caso, Frank Albuquerque, uma suposta amante pode ter motivado um desentendimento entre o casal.
— A gente está investigando se esse foi o motivo que surgiu a briga e consequentemente a agressão física que teria resultado na morte da Fabiana. Para ter uma briga que leve a uma agressão física tem que ser uma coisa muito forte. Geralmente esse fato forte é traição. Então pode ter sido esse o motivo.
As investigações mostraram que a fisiculturista tinha marcas de esganadura no pescoço.
O que leva a polícia a acreditar na existência de uma outra mulher são as mensagens de texto. Como todos moravam na mesma casa, a mãe e a irmã da vítima conseguiram ter acesso ao celular de Alexandre.
Segundo a mãe da vítima, Italia Caggiano, uma das mensagens da suposta amante tinha declarações como “eu te amo”.
Em delas também, Italia contou que estava escrito “cuidado que essa ligação pode custar caro”.
— Pode ser caro de dinheiro ou caro de alguém pegar.
Ela também contou que nunca presenciou nenhuma grosseria de Alexandre com a sua filha.
— Ele era muito bom comigo também. Uma ótima pessoa. A gente custa a acreditar que ele possa ter feito uma coisa dessas.
A família também encontrou um desabafo da Fabiana salvo em seu próprio celular. Segundo Italia, a filha teria escrito no último dia 25 que ela estava triste porque o marido ao invés de passar o Natal com a família foi dormir.
— Não ficando com ela na noite de Natal e que ele aparentava ser uma coisa e era outra.
Todas essas informações novas foram passadas para a polícia por meio de telefone. Como a delegacia que investiga o caso é de Natal, onde aconteceu o fato, a irmã e a mãe da vítima devem ser ouvidas por carta precatória em São Paulo.
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Versão do marido
Em depoimento à polícia, o marido disse que encontrou Fabiana desmaiada no chuveiro. Ele disse que precisou quebrar o vidro do box porque a porta estava trancada e que, em seguida, teria tentado reanimar Fabiana com uma massagem cardíaca.
Para tentar solucionar o caso, ao todo, seis testemunhas foram ouvidas, sendo quatro funcionários do hotel, um paramédico e um hóspede. Todos informaram que não encontraram vestígios de vidro ou água fora do banheiro. O que para o delegado, Frank Albuquerque, desmente a versão do marido.
— O Alexandre disse que quebrou o vidro do box do banheiro e a arrastou. Já que ele saiu arrastando, era para as pernas dela terem batido no vidro e também como ela estava totalmente molhada, era para ter molhado o quarto todo.
A polícia agora espera o laudo do IML para confirmar se Fabiana morreu de asfixia. O prazo é de 30 dias.