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Um mês após tragédia de Santa Maria, familiares realizam homenagens às vítimas do incêndio

Grupo organizou um minuto de badaladas de sinos para lembrar jovens que morreram na boate

Cidades|Do R7

Logo após incêndio, moradores de Santa Maria realizaram atos na cidade. Ideia é que homenagem às vítimas da tragédia passe a ser mensal
Logo após incêndio, moradores de Santa Maria realizaram atos na cidade. Ideia é que homenagem às vítimas da tragédia passe a ser mensal Felipe Dana/ASSOCIATED PRESS

Às 8h da próxima quarta-feira (27), Santa Maria vai parar por um minuto. Sinos das igrejas, buzinas e palmas irão preencher o silêncio em homenagem às 239 vítimas da tragédia da boate Kiss, ocorrida há um mês. A iniciativa é da associação dos familiares, criada oficialmente no último sábado (23).

Segundo o presidente do grupo, Adherbal Ferreira, pai de uma das vítimas do incêndio, a ideia do ato é unir o máximo de pessoas possíveis, inclusive de fora de Santa Maria.

— Queremos que se espalhe para o Brasil. Os sinos de todas as igrejas vão tocar. Quem não estiver na igreja toca a buzina do carro, bate palma. É um momento de integração.

Veja a cobertura completa da tragédia


Maioria das vítimas era de estudantes. Veja o perfil

Além disso, pais e sobreviventes irão se encontrar na praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, para continuar com as homenagens. Também está prevista uma caminhada pela cidade e a realização de diversas missas e cultos.


— Vários locais vão promover missas e passeatas, mas tudo pacífico.

Segundo Adherbal, o objetivo da associação é realizar atos mensais, sempre no dia 27, em homenagens às vítimas.


— Queremos que seja um dia de homenagem e não queremos que caia no esquecimento. A tragédia, queremos deixar para trás, mas vamos sempre lembrar da alegria deles. Eles são heróis e fizerem o mundo saber da inoperância do nosso sistema.

Associação

No último sábado (23), cerca de 600 pessoas compareceram ao encontro da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). O cadastro dos familiares ainda está em andamento, mas Adherbal estima que ao menos 230 pessoas integrarão o grupo. Segundo ele, a associação tem como principal objetivo a reintegração social dos pais. Além disso, irá acompanhar as investigações do caso.

— Queremos saber quem precisa de assistência psicológica, tentando trazer as pessoas de volta à sociedade. Muitos pais não querem falar sobre o assunto, muitos querem sair da cidade, estão reclusos, estamos notando que permanece no ar aquele clima de tristeza e a associação quer trazer essas pessoas para a vida.

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Adherbal explicou que a primeira medida da associação é localizar as pessoas que necessitam de auxílio para que o grupo possa tomar as medidas necessárias. Entre os projetos, há a ideia de criar uma espécie de grupo de terapia.

— Marcaríamos um dia para nos encontrar. Cada um falaria o que quer, ficaria à vontade, falaria sobre seu filho, ficaríamos sabendo quem era o filho do outro... Queríamos fazer isso com um psicólogo acompanhando.

Um mês de tragédia

A tragédia vai completar um mês nesta quarta-feira (27). O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 239 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.

A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.

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Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.

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