Auditores resgatam 5 chineses em operação contra trabalho análogo à escravidão
Economia|Do R7
Auditores fiscais resgataram cinco chineses durante uma operação contra o trabalho análogo à escravidão no Rio, nesta segunda-feira, 25. Três imigrantes eram funcionários de uma pastelaria, em Copacabana, na zona sul, e os outros dois trabalhavam em um depósito de produtos importados, em Bonsucesso, na zona norte. Todos foram levados para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Centro da capital fluminense.
A operação faz parte da sétima etapa da chamada Operação Yulin, deflagrada em 2013, e faz parte de uma estratégia para combater a exploração ilegal do trabalho nos meses que antecedem a Olimpíada do Rio. Neste período, 20 chineses foram resgatados em pastelarias no Rio.
Dois chineses estavam em uma empresa de importação localizada em Bonsucesso, na zona norte, próximo ao complexo de favelas da Maré. Eles disseram que os documentos estão em casa, mas até o fim da tarde não os apresentaram aos auditores. Os fiscais constataram que a dupla não tinha registro no estabelecimento nem carteira de trabalho. Um deles está no Brasil há cinco anos. O outro não soube dizer quando entrou no País.
"Há forte indício de que eles estejam submetidos à servidão moderna, que é a dívida contraída de forma irregular. Eles trabalham sem receber salário para pagar uma dívida contraída de modo ilegal, que pode ser justamente a vinda deles para o Brasil", disse a auditora fiscal do trabalho e coordenadora do grupo de trabalho escravo urbano do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Márcia Albernaz de Miranda.
Em Copacabana, a fiscalização tem elementos para caracterizar a situação de um dos chineses como análoga à escravidão. Ele usava um colchão, mantinha um notebook e roupas nos fundos do estabelecimento. Os outros dois disseram ter perdido os passaportes.
Segundo a SRTE, os chineses resgatados nesta segunda-feira são da região de Guangdong, na China, onde há agências especializadas na captação de mão de obra para o Brasil. "Esta operação faz parte de uma estratégia de combater a precarização do trabalho no ano da Olimpíada. A ação de hoje não tem relação com as obras, mas o ramo alimentício está relacionado com o evento", afirmou o superintendente da SRTE no Rio, Robson Leite.
A SRTE vai enviar um relatório ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal com as informações obtidas na operação. Os empregadores podem ter o nome inserido na lista suja do trabalho escravo.