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Bovespa cai 1,4% após eleição de Trump

Baixa ficou distante da mínima da sessão e foi limitada pelos ganhos da Vale

Economia|Do R7

Volume financeiro do pregão somou R$ 11,5 bilhões
Volume financeiro do pregão somou R$ 11,5 bilhões

O principal índice da bolsa paulista encerrou em baixa nesta quarta-feira (9), por cautela após a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, embora as perdas tenham sido limitadas pela recuperação em Wall Street e pelos ganhos das ações da Vale

O Ibovespa caiu 1,4%, a 63.258 pontos, após ter perdido 3,7% no pior momento do dia e subido 0,3 por cento na máxima. O volume financeiro do pregão foi intenso, somando R$ 11,5 bilhões, acima da média diária do mês até a véspera, de R$ 8,3 bilhões.

A Bovespa abriu com o mau humor mais acentuado, reagindo às incertezas ao discurso com viés mais protecionistas de Trump na campanha. No entanto, o tom mais conciliador adotado após a vitória surpreendente sobre a favorita Hillary Clinton e a melhora em Wall Street amenizaram as preocupações.

"O mercado continua cauteloso, mas não está vendo a situação tão ruim como se esperava. [...] O discurso [de vitória do Trump] foi centrado, bem objetivo, sem o que ele falava durante a eleição. Isso ajuda a mudar um pouco a cabeça das pessoas", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.


Em Wall Street, o S&P 500 subia cerca de 1,15%, com investidores voltando as atenções a setores que mostram inclinação a se beneficiar das políticas de uma Presidência de Trump.

Segundo especialistas consultados pela Reuters antes da eleição norte-americana, a vitória de Trump poderia indicar uma interrupção temporária no ritmo de recuperação do Ibovespa, que subiu 48% no ano até a sessão passada, mas sem impactos de longo prazo.


Operadores destacam que o avanço em medidas econômicas no Brasil, como a aprovação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos no Senado e o encaminhamento da proposta de reforma da Previdência, será crucial para a manutenção da recuperação da bolsa brasileira.

Outro fator que pode beneficiar o Brasil no médio prazo é a busca por alternativas ao México, país na linha de frente dos emergentes com mais exposição aos EUA.


Destaques

- ITAÚ UNIBANCO caiu 3,2%, em sessão negativa para os bancos como um todo, e também tendo no radar o anúncio de mudança no comando do maior banco privado do País, com a substituição de Roberto Setubal por Candido Bracher em abril de 2017. BRADESCO PN perdeu 2,75% e BANCO DO BRASIL recuou 3,54%. Os dois bancos divulgam resultado na quinta-feira.

- PETROBRAS PN caiu 2,29%, enquanto PETROBRAS ON subiu 0,94%, em sessão marcada por alguma volatilidade nos preços do petróleo, que encerraram em alta. A petroleira anunciou na véspera redução nos preços de combustíveis, decisão que para o BTG Pactual, embora mostre impacto negativo no primeiro momento, reforça a percepção de independência da empresa.

- CIELO caiu 3,15%. A empresa reportou lucro líquido de R$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre, alta de 14,5% ante igual período de 2015, com os números de seu balanço considerados neutros para suas ações por analistas do Credit Suisse.

- KROTON teve baixa de 4,55%, a maior baixa do Ibovespa, um dia antes de divulgar seu balanço trimestral.

- VALE PNA subiu 1,86% e enquanto VALE ON teve alta de 4,3%, diminuindo a pressão negativa sobre o Ibovespa. Os preços do minério de ferro para entrega imediata no porto chinês de Tianjin tiveram mais uma sessão de alta.

- GERDAU PN subiu 6,36%, o maior ganho do Ibovespa, após a empresa anunciar balanço do terceiro trimestre, com números considerados sólidos pela equipe do BTG Pactual. Além disso, o conselho de administração da Metalúrgica Gerdau aprovou a venda de até 50 milhões de ações preferenciais da Gerdau nos próximos 180 dias, decisão que analistas do Itaú BBA consideraram "muito positiva". Os papéis da Metalúrgica Gerdau subiram 3,75%.

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