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Brasil tem 3 milhões de novos desempregados em 2016. Situação deve piorar em 2017

IBGE: Número de pessoas desocupadas no País supera 12 milhões e é o maior desde 2012

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Até setembro, 11,4% da população do País estava sem trabalho
Até setembro, 11,4% da população do País estava sem trabalho Até setembro, 11,4% da população do País estava sem trabalho

O número de desocupados no Brasil saltou de 9,087 milhões para 12,022 milhões somente nos nove primeiros meses de 2016, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em termos percentuais, o nível de desocupados no País atingiu os 11,4% até o mês de setembro. Trata-se da maior taxa desde o início da série histórica, iniciada em 2012.

Os dados levam em conta a população brasileira com idade acima dos 14 anos, apta a trabalhar, que não exerceram nenhuma atividade remunerada nos últimos três meses. O nível de desocupação é maior entre as mulheres (13,3%), ante 10,5% entre homens.

Para o Diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, a disparada no nível de desemprego por ser explicada pelo avanço da crise econômica a todos os ramos da economia nacional.

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— Este foi o ano em que as quedas na indústria e na construção repercutem nos setores de serviços e comércio. Portanto, o ciclo econômico recessivo fecha o circuito atingindo todos os setores e o que nós vemos é uma retroalimentação desse problema com uma repercussão geral em toda a economia do ponto de vista do emprego, que é resultado do travamento da economia.

Também é possível verificar a piora do mercado de trabalho ao longo de 2016 a partir de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Até outubro, o levantamento do Ministério do Trabalho aponta para o fechamento de 751.816 postos de trabalho com carteira assinada.

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Entre os ramos de atividade, o resultado mais negativo foi verificado pelo comércio (-246.932) e foi seguido pelos setores de construção civil (-224.807), serviços (-199.667), indústria de transformação (-142.563), serviços industriais de utilidade pública (-7.801) e extrativa mineral (-7.438). Por outro lado, a administração pública (+15.608) e a agricultura (+61.784) contrataram mais do que demitiram no ano.

Na análise das regiões do Brasil, o Sudeste foi responsável por 61,9% dos cortes formais, com saldo de 465.793 fechamentos de vagas entre janeiro e outubro. O maior número de desligamentos do que admissões foi repetido também nas regiões Nordeste (- 177.227), Sul (- 53.365), Norte (- 50.774) e em menor intensidade no Centro-Oeste (- 4.657).

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Ao mesmo tempo que todos os índices de desemprego batem recordes negativos, um estudo inédito do IBGE aponta que a parcela da população apta a trabalhar que está fora do mercado de trabalho cresceu mais de 37% no período entre 2005 e 2015 e atingiu os 54 milhões ao longo do ano passado.

2017

Para o ano que vem, a expectativa é de que os índices de desempregos sigam com resultados negativos, de acordo com Ganz Lúcio. Ele afirma que os indicadores econômicos apontam para uma dinâmica ainda muito baixa e não descarta a possibilidade de um terceiro ano seguido de recessão no País.

— Nesse ambiente, não há nenhuma chance do mercado de trabalho ser mais positivo em 2017. Teremos um ano com o desemprego crescente.

Ao citar uma perspectiva otimista, o diretor técnico do Dieese destaca que é possível atingir uma estabilidade das taxas de desemprego em um nível "extremamente elevado" ao longo do segundo semestre.

— O ano de 2017 será ainda muito severo para o mercado de trabalho porque ainda que a economia comece a dar algumas indicações de resultados positivos, o efeito disso só será visto um ano depois. [...] Poderemos ter uma melhora no mercado de trabalho em 2018 só se a economia em 2017 começar a dar sinais robustos de recuperação da atividade econômica.

Remuneração

A menor oferta de emprego no País resultou também na primeira queda real dos trabalhadores brasileiros depois de 11 anos. O recuo médio foi apurado na passagem de 2014 para 2015, mas revelado apenas neste ano.

Os dados da Pnad mostram que, em 2014, a remuneração média do profissional brasileiro era de R$ 1.950 e caiu 5% no ano seguinte, para R$ 1.853. Foi também verificada uma redução no rendimento das aposentadorias, benefícios sociais, trabalhadores domésticos e a renda familiar no geral.

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