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Com 26 mil imóveis encalhados, construtoras de SP apelam às redes sociais e aceitam até carro usado

Estudante que negociou apartamento via WhatsApp só visitou o local para assinar o contrato

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Segundo especialistas, redes substituem os meios de comunicação tradicionais
Segundo especialistas, redes substituem os meios de comunicação tradicionais

No início deste ano, o estudante de administração Guilherme Henrique Lele, de 20 anos, fechou a compra de um apartamento sem dar sinal e sem assinar um documento sequer: ele usou apenas a ponta dos dedos. Guilherme fez toda a negociação do imóvel pelo WhatsApp e só visitou o apê na hora de assinar os papéis.

— Eu nunca tinha feito nada pelo WhatsApp. [...] Foi uma facilidade para mim que estava comprando e também para a pessoa que vendeu.

O rapaz é mais um cliente seduzido pelas mais novas estratégias das construtoras para fisgar clientes: o uso das redes sociais, ferramentas que ajudam a driblar a desaceleração do mercado imobiliário. Só em São Paulo, segundo o Secovi (sindicato da construção), em fevereiro, havia 26.756 unidades em estoque. Trata-se de imóveis encalhados.

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As táticas das construtoras, porém, não se limitam ao uso das redes sociais. Para conquistar clientes e fechar negócio, as construtoras passaram a aceitar veículos usados de entrada e oferecer um serviço de acompanhamento da obra, online em tempo real via internet, com imagens gravadas por drones.

O diretor comercial da Marques Construtora, Rodrigo Ramos de Oliveira, afirma que a ideia de utilizar as redes sociais nas negociações surgiu da observação de que a maior parte das vendas dos mais diversos setores é iniciada pela internet.


— A partir do momento que se começou a perceber que a pesquisa na internet já fazia parte do início do estudo de qualquer compra, foi o momento que surgiu um insight para começar a considerar isso como uma ferramenta importante para o nosso negócio.

Oliveira avalia que os jovens são, “sem dúvidas”, o público-alvo do uso das mídias para vender novos imóveis.


— Você consegue um acesso fácil a esses jovens ou um pessoal que está trabalhando com o computador, mas que têm o celular ao lado o tempo todo. Então, você consegue ir em paralelo.

Vendas

Segundo Marcelo Bigucci, diretor de Marketing e Locação da MBgiucci, o uso das redes sociais já refletiu em uma alta nas vendas da empresa. Ele explica que as ferramentas servem ainda para substituir outros meios de comunicação.

— As redes sociais são uma mídia barata, com um custo bem menor do que o de qualquer outro tipo de mídia convencional. Então, devido a uma pequena crise do setor imobiliário, as construtoras passaram a atacar em redes sociais e a gente seguiu essa tendência.

Oliveira, por sua vez, discorda com Bigucci e avalia que o uso das redes sociais “não tem poder de aumentar as vendas”, mas moldam e ganham o espaço das mídias que eram mais tradicionais.

— O que tá acontecendo é que as redes sociais têm tomado o espaço de outros meios.

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