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Com crise, comércio deve ter pior Dia dos Namorados em 11 anos 

Preços altos e crédito restrito fazem casais optarem por jantar em casa e presente mais barato

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Desemprego e dívidas são as preocupações que deixam o Dia dos Namorados em segundo plano na agenda dos brasileiros
Desemprego e dívidas são as preocupações que deixam o Dia dos Namorados em segundo plano na agenda dos brasileiros

O Dia dos Namorados de 2015 não deve deixar boas lembranças para o comércio brasileiro. Enquanto dados sobre vendas da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apontam para a pior data dos últimos 11 anos, o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que 52% dos consumidores pretendem gastar menos no presente do que no ano passado.

A inflação e a maior dificuldade de crédito do consumidor estão entre os principais motivos citados pelas instituições ouvidas pelo R7 para o enfraquecimento de vendas na data comemorativa.

Para o economista da CNC Fábio Bentes, o fraco desempenho esperado é um reflexo do atual momento vivido pelo varejo neste ano.

— Se a gente tem inflação alta, crédito caro e o orçamento das famílias pressionado pelos aumentos das tarifas públicas, sobra muito pouco dinheiro para uma data comemorativa que não é a mais importante do varejo.


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A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que no ano passado a data foi impactada pela estreia do Brasil na Copa do Mundo. Marcela, no entanto, afirma que 80% das pessoas observam que os preços estão mais elevados.


— A gente já teve um Dia dos Namorados fraco no ano passado e vê que a maioria das pessoas vai gastar ainda menos neste ano.

O levantamento do SPC mostra ainda que o valor médio que deve ser gasto pelo brasileiro para presentear é de R$ 138, e os principais motivos para pretender gastar menos são o desemprego e as dívidas, respectivamente.


Segundo o diretor de relações institucionais da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Luís Augusto Ildefonso, o baixo volume de vendas do comércio no Dia das Mães e na Páscoa deve se repetir neste Dia dos Namorados. Ele cita que, para tentar minimizar as vendas, o comércio busca por alternativas.

— O que os lojistas têm feito é colocar algumas mercadorias como chamariz com um preço mais baixo para que as pessoas passeando pelo shopping possam ser induzidas a entrar na loja a partir dessas ofertas mais convidativas.

Apenas 18,5% dos brasileiros pretendem sair para comemorar o Dia dos Namorados em restaurantes, indica pesquisa do SPC/CNDL
Apenas 18,5% dos brasileiros pretendem sair para comemorar o Dia dos Namorados em restaurantes, indica pesquisa do SPC/CNDL

Restaurantes

A pesquisa encomendada pelo SPC em parceria com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) aponta ainda que apenas 18,5% pretendem sair para jantar em restaurantes no Dia dos Namorados.

A decisão da maioria de ficar em casa pode ser um reflexo da alta de 10,5% no preço da alimentação fora de casa nos últimos 12 meses, apontada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

De acordo com Bentes, essa elevação de preços está há anos em uma trajetória de alta; Como fator para a variação ele cita o maior poder de compra da população brasileira.

— A inflação dessa alimentação fora vem alta não é de hoje e está muito associada com o aumento real da renda que houve nos últimos anos. [...] Isso contrasta um pouco com a alimentação dentro do domicílio.

De acordo com Kawauti, os dados da economia mostram um momento ruim para realizar refeições fora de casa. A economista diz ainda que os preços sobem ainda mais nesse período de datas especiais.

— Não é uma época para gastar dinheiro. Melhor comemorar em casa mesmo, porque fica bem mais barato e pode ser legal também.

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