O ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu 3,6 pontos em novembro, para 92,1 pontos. Trata-se do pior resultado desde julho de 2020, segundo dados publicados nesta segunda-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
O economista Stéfano Pacini afirma que a terceira queda consecutiva do otimismo industrial é a segunda que ocorre de forma disseminada entre os segmentos pesquisados. "Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown", avalia ele.
Pacini cita ainda que "observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano.”
Em novembro, houve queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais monitorados. O ISA (Índice Situação Atual) recuou 4,6 pontos, para 91,8 pontos. Já o IE (Índice de Expectativas) caiu 2,4 pontos para 92,6 pontos. Ambos atingem o menor nível desde julho de 2020, período crítico das restrições para conter o avanço da pandemia no Brasil.
Entre os quesitos que medem as expectativas, o que mais influenciou o resultado no mês é o indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses que caiu 4,5 pontos para 87,8 pontos, mantendo-se abaixo dos 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
No horizonte mais curto de três meses, as perspectivas sobre emprego cederam pelo segundo mês consecutivo ao cair 2,5 pontos para 99,3 pontos, ficando abaixo dos 100 pontos pela primeira vez após sete meses consecutivos acima do nível neutro, o que sinaliza uma desaceleração das contratações nos próximos meses.
Já o indicador que mede as perspectivas sobre a produção para os próximos três meses se manteve estável em 91,1 pontos pelo terceiro mês consecutivo. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria, por sua vez, caiu 0,9 ponto, para 79,8% mesmo patamar observado em abril de 2022.