O ICE (Índice de Confiança Empresarial) recuou 3,3 pontos em outubro, para 98,2 pontos, o menor nível desde maio deste ano (97,4 pontos), de acordo com dados apresentados nesta terça-feira (1º) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), afirma que a piora das expectativas ocorreu nos quatro setores pesquisados. Segundo ele, o movimento mostra que o setor produtivo espera uma desaceleração do nível de atividade nos próximos meses.
"Há certa resiliência no setor da construção, que continua registrando aumento da carteira de contratos e um bom nível de atividade corrente. No extremo oposto, a desaceleração continua se aprofundando na indústria, com queda do grau de utilização da capacidade pelo terceiro mês seguido e piora da percepção sobre a procura interna e externa por produtos industriais", destaca Campelo.
No setor de serviços, aquele que representa 70% do PIB (Produto Interno Bruto), o bom momento do segmento de serviços prestados às famílias vem segurando uma desvalorização mais acentuada da confiança. A queda da confiança empresarial de outubro foi motivada pela piora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses.
O ISA-E (Índice de Situação Atual Empresarial) e o IE-E (Índice de Expectativas) recuaram 2,7 e 4,2 pontos, respectivamente, para 99,3 e 95,9 pontos. O resultado interrompe a sequência de sete altas do ISA-E e de dois meses seguidos do IE-E, o que leva os indicadores para baixo do nível de neutralidade.