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Desaceleração chega ao mercado de trabalho, diz economista-chefe do Banco Fator

Parecer é baseado no baixo saldo de geração de empregos com carteira assinada em junho

Economia|Do R7

Saldo líquido de geração de empregos com carteira assinada em junho foi de apenas 25.363 vagas
Saldo líquido de geração de empregos com carteira assinada em junho foi de apenas 25.363 vagas

A desaceleração da economia brasileira finalmente parece ter chegado ao mercado de trabalho, afirma o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves. Ele dá esse parecer com base no baixíssimo saldo líquido de geração de empregos com carteira assinada em junho, de apenas 25.363 vagas, divulgados na última quinta-feira (17) pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

— Sem a abertura dos dados, o que posso falar por enquanto é isso. Gosto de ver a abertura porque com ela é que podemos ver se a desaceleração no ritmo de criação de empregos se dá por paralisação das contratações ou por demissões.

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Segundo Lima Gonçalves, o resultado do Caged em junho poderia ter sido pior se não fosse um mês sazonalmente favorável às contratações no segmento da agricultura. Segundo o MTE, no mês passado a agricultura criou 40.818 vagas; o setor de serviços, 31.143. Já a indústria da transformação fechou 28.553 vagas; a construção civil encerrou outros 12.401 postos e o comércio fechou 7.070 vagas.

— A geração de empregos na agricultura é sazonal, mas se compararmos com junho do ano passado, quando foram criados cerca de 59 mil vagas, vemos que a tendência é de desaceleração fraca do emprego.


O lado bom de o mercado de trabalho entrar em desaceleração, segundo o economista do Fator, é que as expectativas de inflação tendem a se acomodar. "O lado ruim é que, quando isso acontece, o mercado de trabalho confirma a queda da economia", disse Lima Gonçalves, que antes da divulgação dos números do Caged esperava que o PIB fosse encerrar esse ano com crescimento de apenas 0,8%.

O mercado de trabalho é sempre o segmento da economia a assimilar com maior morosidade os movimentos de melhora e piora da economia como um todo. Como os custos para contratação e demissão no Brasil são muito altos, as empresas demoram para abrir contratações quando a economia se aquece e demoram para demitir quando a economia entra em estágio de arrefecimento.

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