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Dólar cai 1,47% e fecha a R$ 4,94, o menor valor desde junho de 2021

É a primeira vez desde 30 de junho passado que a moeda americana fecha um pregão abaixo de R$ 5

Economia|

Foi a maior baixa diária desde o dia 3 de março deste ano (-1,617%)
Foi a maior baixa diária desde o dia 3 de março deste ano (-1,617%) Foi a maior baixa diária desde o dia 3 de março deste ano (-1,617%)

O dólar fechou em forte queda nesta segunda-feira (21), bem abaixo da marca psicológica de R$ 5, com a moeda brasileira ostentando com folga o melhor desempenho global no dia diante do patamar elevado dos juros domésticos e da disparada dos preços das commodities.

A moeda americana à vista caiu 1,47%, a R$ 4,9435 na venda, o menor patamar para encerramento desde 29 de junho de 2021 (R$ 4,9431) e a primeira vez desde 30 de junho passado que fecha um pregão abaixo de R$ 5.

Essa foi sua maior baixa diária desde o dia 3 de março deste ano (-1,617%). Durante a sessão, o dólar chegou a ceder 1,71%, para mínima intradiária de R$ 4,9312.

Na B3, às 17h11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,56%, a R$ 4,9665.

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Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital, a queda do dólar para patamares inferiores a R$ 5 é “reflexo de sequências [de desvalorização] das últimas semanas; o dólar está num nítido caminho para baixo”.

A moeda americana fechou em baixa em nove das 11 semanas completas do ano até agora, e, no acumulado de 2022, perde mais de 11% contra o real, deixando a divisa doméstica com a melhor performance global no período.

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Para Bergallo, “abertura do diferencial de juros (entre Brasil e Estados Unidos) é sem dúvida nenhuma o fator preponderante” no tombo do dólar neste início de ano. “Não há argumento contrário que faça frente a uma Selic perto de 12%.”

Seu comentário faz referência a estratégias de “carry trade”, que tentam lucrar com a compra de divisas que oferecem retornos elevados. Com a alta sucessiva da taxa Selic ao longo do último ano, ao patamar atual de 11,75%, o rendimento oferecido pela moeda brasileira é atraente para investidores estrangeiros.

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E há expectativas de que os juros básicos subirão ainda mais. A mais recente pesquisa semanal Focus, do Banco Central, mostrou que a projeção de economistas para o patamar da Selic ao fim deste ano chegou a 13%, diante de novos saltos nos prognósticos de inflação.

Ao mesmo tempo, o preço de várias commodities — do milho ao petróleo — dispararou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, conflito que ainda não parece perto de acabar. Especialistas explicam que a valorização desse tipo de produto tende a aumentar o ingresso de dólares em países exportadores, principalmente da América Latina, região vista como menos vulnerável aos riscos geopolíticos.

“Na hora que você olha o cenário geopolítico, acho que o Brasil se credenciou numa posição privilegiada para hoje receber investimento externo”, disse Bergallo.

Estrategistas do Citi compartilham dessa visão. Em relatório desta segunda-feira, eles disseram acreditar “que os fluxos (para o mercado de câmbio local) podem continuar no curto prazo à medida que os investidores estrangeiros continuam a olhar favoravelmente para o real como uma moeda de commodity com ‘carry’ alto, e à medida que os exportadores internalizam parte de seus dólares mantidos no exterior”.

A forte queda do dólar diante do real veio apesar de sua alta no exterior, com o índice da moeda americana ante uma cesta de rivais fortes subindo 0,2% nesta tarde. Investidores do mundo inteiro reagiam a comentários mais duros que o esperado do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre o combate do banco central dos EUA à inflação.

Powell chegou a afirmar que, se a alta dos preços exigir, o Fed vai subir os juros em 0,5 ponto percentual, o dobro da dose de aperto de 0,25 ponto adotada na semana passada, quando os custos dos empréstimos básicos dos EUA foram elevados pela primeira vez em três anos.

Isso é visto como possível fator de impulso para o dólar, já que juros mais altos nos EUA elevariam a atratividade de investir na segura dívida americana, intensificando o direcionamento de recursos para lá.

No entanto, o real parece ter resistido bem a esses ruídos.

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