Em 2015, a poupança só ganhou da inflação em três meses
Apenas em julho, agosto e setembro, cadernetas renderam mais que a alta natural dos preços
Economia|Joyce Carla, do R7
O trabalhador brasileiro, que guarda uma "graninha" todo mês, já percebeu: a poupança vem sofrendo com a inflação alta. De janeiro a novembro deste ano, a caderneta só ganhou da inflação em três meses — julho, agosto e setembro, de acordo com a consultoria Economatica. Em todos os demais meses, o poupador teve perda de poder aquisitivo.
O resultado mensal da poupança descontada a inflação no mês de novembro é negativo: 0,38% a menos. Já na comparação anualizada (que leva em conta o acumulado em 12 meses), a poupança perdeu para a inflação em todos os meses. Segundo o agente autônomo de investimentos Fernando Baggio, a inflação corrói o poder de compra do brasileiro.
— O assalariado encontra os preços, no dia a dia, mais caros e vê que o seu ordenado no fim do mês não consegue comprar as mesmas coisas que no mês anterior ou no ano anterior.
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Baggio afirma, no entanto, que os poupadores podem proteger o dinheiro da inflação tirando da poupança e colocando em investimentos atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial.
— Há CDBs e títulos do Tesouro Nacional que rendem a inflação mais um prêmio entre 6% e 7%. Isso protege o investimento e garante que, se a inflação disparar, o dinheiro vai render cada vez mais.
Expectativa para a inflação
De acordo com o boletim Focus, relatório semanal feito com analista do mercado financeiro e divulgado pelo BC (Banco Central), nas primeiras previsões para o fim de 2015 (feitas em janeiro de 2014), a inflação terminaria este ano em 5,5%. Já na primeira semana deste ano, a previsão subiu para 6,56%. Agora, o mercado espera que a inflação feche o ano em 10,44%.
Já para 2016, as primeiras previsões (feitas em janeiro deste ano) indicavam inflação de 5,7%. Agora expectativa é de 6,7%. O próprio BC, na ata do Copom (Comitê de Políticas Monetárias), afirmou que a inflação só deve se aproximar da meta do governo (4,5% ao ano) em 2017.