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Em meio a semana tensa, bolsa se recupera e encerra série de quedas

Depois de quatro sessões em queda, altas na Ibovespa são puxadas por expectativas melhores no cenário internacional

Economia|Camila Nascimento*, do R7

Bolsa brasileira acompanhou recuperação do mercado internacional
Bolsa brasileira acompanhou recuperação do mercado internacional Bolsa brasileira acompanhou recuperação do mercado internacional

Depois de praticamente zerar os ganhos de 2022 nos primeiros dias de maio e acumular quatro sessões em queda, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, tenta uma recuperação, depois de mais uma semana tensa para o mercado.

Nos últimos dias, novos dados da inflação dos Estados Unidos e do Brasil foram divulgados, sanções do G7 (sete maiores economias do mundo) ao petróleo russo foram anunciadas, além dos temores envolvendo os lockdowns na China e a guerra na Ucrânia.

O índice mais importante da bolsa brasileira abriu a semana dando sequência às quedas dos sete dias anteriores. Na segunda-feira, o índice fechou com queda de 1,79% (103.250 pontos). No dia seguinte acumulou mais uma retração de 0,14%, chegando aos 103.110 pontos.

Mas na última quarta-feira, o Ibovespa mostrou uma recuperação e encerrou com alta de 1,25% (104.397 pontos), ainda abaixo dos 106.639 pontos do início do mês.

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A quinta-feira (12) também foi motiva com alta de 1,66% (107.444 pontos). O índice voltou a registrar na sexta-feira (13) ganho semanal, com 1,17%, a 106.924,18 pontos. As altas foram impulsionadas pela recuperação das bolsas internacionais. 

Segundo Evandro Bertho, sócio da Nau Capital, gestora de investimentos, os altos e baixos da bolsa irão se repetir mais vezes. “Viveremos em um ambiente de volatilidade dado que as variáveis incertas são múltiplas”, afirma. Os eventos externos vêm causando aversão aos investimentos de maior risco.

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Preocupação quanto aos juros dos EUA e Brasil

Os mercados esperavam na quarta-feira (11) a divulgação da inflação dos Estados Unidos ansiosiosamente. Já que é ritmo do avanço de preços que irá definir a política monetária do país. Investidores temem que o Fed (Federal Reserve) suba a taxa de juros de forma rápida para frear inflação, o que impacta nas bolsas de todo mundo.

Segundo André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, os resultados dentro razoavelmente dentro do esperado amenizaram o temor de um aumento de juros maior nos Estados Unidos o que deu um “um certo alívio às bolsas mundiais”.

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A inflação norte-americana desacelerou, mas manteve um crescimento em abril (0,3%) e acumulou aumento de 8,3% nos 12 últimos meses. Os novos dados preocupam investidores, mas as bolsas da Europa e Ásia acabaram sofrendo mais com o índice. Apesar da alta, o Ibovespa ainda deve continuar sentindo os impactos dos juros altos.

“A gente vê um movimento na política monetária global, capitaneado pelo banco central americano que reforça a inflação como mais permanente e preocupante do que se pensava. Historicamente, Estados Unidos subindo juros nunca foi uma boa notícia para emergentes, isso contamina nosso ambiente de negócio. Não se sabe quando o aumento de juros vai parar. O Fed descartou um aumento de 0,75 ponto percentual, o que foi visto positivamente. Mas o mercado não descarta uma política monetária mais dura do que o comunicado”, analisa Evandro Bertho.

O Fed subiu em 0,5 ponto percentual a taxa, que chegou a 1%, maior elevação em mais de 22 anos.

No Brasil, a inflação desacelerou em 1,06%, percentual alinhado com o plano do Banco Central. “A ata do Copom não deu muitas pistas sobre quanto tempo ainda irá perdurar o aumento de juros na taxa Selic. Porém, o mercado precifica alta de +0,5% na próxima reunião, o que levaria a Selic para 13,25% ao ano. O movimento do BC agora deve ser de correção ao fim do ciclo, não trazendo tantas surpresas para a curva de juros”, explica Meirelles.

Fatores externos

A guerra na Ucrânia, sanções ao petróleo russo pressionam a inflação no mundo todo. “O conflito geopolítico impacta diretamente no preço de combustíveis e estremece muitos mercados, principalmente por causa dos fornecimentos de matérias-primas, afetando o preço das commodities ao redor do mundo, como petróleo, alguns grãos e fertilizantes”, afirma Bertho.

Os lockdowns na China também pressionam os produtos básicos. “Há um peso adicional vindo da desaceleração da atividade econômica Chinesa. Isso porque, a redução da demanda por petróleo e minério de ferro tende a reduzir o preço dessas commodities, o que impacta negativamente o Ibovespa, visto que mais de 30% das empresas que compõem o índice são expostas a esses setores”, analisa Meirelles.

Mas durante a semana, as commodities tiveram alívio e superaram pressões externas, ajudando a bolsa a se recuperar. Algumas medidas da China contribuíram para reduzir a tensão no mercado quanto a uma recessão global.

“Os maiores temores em relação ao lockdown é à ruptura na cadeia de produção global, que tende a levar a uma inflação adicional e desacelerar as economias globais. Mas China está preocupada com seu crescimento, o governo reduziu a taxa de juros e tem adotado uma política de expansão do crédito, enquanto as outras economias do mundo fazem o contrário. Além disso, uma pesquisa recente da Universidade Fudan, divulgada pelo Financial Times, mostrou o isolamento está impedindo um surto, devido às baixas taxas de vacinação entre os idosos. O que traria um grande prejuízo social e econômico para o país”, completa Meirelles.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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