O ministro Marcos Pereira, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, fez uma análise dos projetos de curto e médio prazo que estão em andamento e estabeleceu os rumos necessários para a retomada do crescimento econômico do país. Durante o almoço hoje com um grupo de empresários de São Paulo, o ministro explicou quais serão as principais ações da pasta.
"O ministério precisa ser um facilitador. Ele tem quer ser um elo entre o empresário e os demais ministérios do governo. Junto ao Itamaraty, ele elabora as políticas de importação e exportação do país. Vamos reforçar a questão da exportação e trabalhar para que o país continue com a sua balança comercial superavitária, como tem sido, apesar da crise, e ajudar a resolver as dificuldades do setor produtivo para que a economia volte a crescer e que tenhamos geração de empregos", disse o ministro.
Para isso, Pereira aposta no Plano Nacional de Cultura Exportadora. O programa é uma parceria do governo federal com as entidades que representam as indústrias nos estados para orientar os empresários nas exportações.
O plano já foi instalado em 11 Estados e o ministro pretende levá-lo para as demais unidades da federação. O foco são as pequenas e médias empresas, pois apenas 4,1% delas exportam. Na Inglaterra, por exemplo, 14% das pequenas e médias exportam. "Temos um potencial muito grande aí. Apesar do sucateamento da indústria, que está muito obsoleta e, por isso, perde competividade em relação a outros países. Ouço muito isso dos empresários com quem estou conversando. O governo precisa investir no setor produtivo e acabar com a burocratização, que é outro entrave para as indústrias", disse o ministro.
As propostas do ministro foram muito bem recebidas pelos empresários que participaram do encontro. Também demonstraram otimismo em relação à equipe econômica escolhida pelo ministro Henrique Meirelles.
"Estamos muito confiantes com o novo governo. Esperamos ações rápidas que tragam melhorias para o país. Atualmente, o Brasil vive a transição de um período muito negativo que resultou em um déficit previsto de quase 3,5% do PIB. É um retrocesso muito grande, mas agora há uma esperança real de melhorias", disse Mário Garnero, presidente do Banco Brasilinvest, organizador do evento.
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antônio Megale elogiou as propostas do ministro Marcos Pereira. "O governo está apresentando metas importantes. A equipe econômica é de grande qualidade. O ministro sinaliza que vai haverá um enfoque para as exportações, o que é muito relevante para o nosso setor", disse Megale.
O ministro Marcos Pereira disse que a confiança dos empresários e do povo brasileiro, neste momento, é um apoio fundamental para que sejam aprovadas as medidas emergenciais para a contenção da crise e reestruturar o governo. "O novo ministério está unido e confiante que as mudanças são possíveis. É um remédio com dose amarga, mas vamos colocar o Brasil nos trilhos", disse, referindo-se a necessidade de se fazer uma reforma administrativa (com a redução dos cargos de confiança do governo e da máquina pública), reforma tributária (com redução de impostos para o setor produtivo) e reforma política. "Além disso, a política econômica precisa ser clara no combate à inflação e ao desemprego", disse.
A balança comercial brasileira fechou o período de janeiro até a segunda semana de maio com o saldo positivo de US$ 16,2 milhões. No mesmo período de 2015, foi registrado um déficit de US$ 3,4 milhões.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, acredita que a fase mais aguda da crise está passando e que o novo governo tem um crédito de confiança com os empresários. "O momento é delicado e precisamos ser patriotas. É a hora de ser mais contributivo e menos crítico com o novo governo. A indústria, o comércio e o setor agrícola têm muito o que contribuir para a recuperação do país. O ministro Marcos Pereira é muito preparado e capaz para colocar o país nos trilhos", disse.