Estoque de imóveis chega a 109 mil unidades em dezembro de 2015
Mercado imobiliário levaria mais de 14 meses para esgotar essa oferta
Economia|Joyce Carla, do R7
Com queda nos lançamentos, nas vendas e nas entregas dos imóveis, o estoque do mercado imobiliário chegou a 109.398 unidades em dezembro do ano passado. Segundo um estudo da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) feito em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em dezembro de 2014, a oferta de imóveis das incorporadoras era de 111 mil unidades.
A associação estima que seriam necessários 14,4 meses para esgotar essa oferta, caso fosse mantido o ritmo do setor (de vendas, lançamentos e entregas) do último trimestre de 2015. As unidades lançadas em 2015 tiveram uma redução em relação às de 2014, seguidas pelo número de vendas e entregas, explica Renato Ventura, vice-presidente executivo da Abrainc.
— Os lançamentos estão mais restritos por todo o cenário, vemos diminuição nas vendas, mas num patamar mais alto do que a quantidade lançada. Por isso, há uma resiliência na demanda. Em 2015, o mercado vendeu 82% a mais do que lançou.
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De acordo com os dados da Abrainc/Fipe, foram lançadas 60.274 unidades no ano passado, 19,3% menos do que em 2014. Já as vendas tiveram uma queda de 15,1% entre um ano e outro. Foram comercializados 108.906 imóveis em 2015. E as entregas tiveram o maior percentual de queda: -25,3%. Foram entregues 126.804 unidades aos compradores em 2015.
Para Eduardo Zylbertajn, economista da Fipe, o ano de 2015 se caracterizou por uma forte retração nos lançamentos, movimento que se justifica pela conjuntura desafiadora de nossa economia.
— Mas chama muito a atenção o fato de as vendas terem sido quase o dobro do que a oferta de novas unidades.
Expectativas
Segundo o vice-presidente executivo da Abrainc, Renato Ventura, 2016 será um ano difícil. A falta de confiança dos agentes econômicos e os embates políticos do país continuam presentes no mercado.
Os preços dos imóveis tendem a ser normalizados, refletindo os custos e acompanhando as taxas inflacionárias para haver produção. Em relação aos distratos, Ventura destaca que eles continuam relevantes, mas a tendência é que o número absoluto reduza.
— Boa parte das aquisições de imóveis, efetuada entre 2012 e 2013, considerou o crescimento do PIB, o que difere da nova geração de compras, que enfrenta um cenário de valorização mais realista.