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Fique de olho no seu plano de saúde e saiba se você vai se dar mal

ANS determinou nesta semana que Unimed Paulistana venda sua carteira com 744 mil clientes

Economia|Do R7

A crise enfrentada pela Unimed Paulistana reflete as dificuldades das operadoras de saúde no Brasil
A crise enfrentada pela Unimed Paulistana reflete as dificuldades das operadoras de saúde no Brasil

A crise enfrentada pela Unimed Paulistana, obrigada a se desfazer de seus clientes por causa de problemas financeiros, reflete as dificuldades das operadoras de saúde no Brasil. Segundo especialistas, outras empresas devem passar pela mesma situação. Mas e quanto aos consumidores? O que fazer para se proteger de planos ruins e garantir o direito à saúde?

De acordo com Pedro Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), “a situação do mercado não é boa”.

— Isso é morte anunciada. Por mais que exista a competição comercial entre as empresas, na área institucional, o carrasco é o mesmo. Então, a gente fica chateado, porque é claro que outras operadoras vão entrar nessa situação.

A decisão imposta pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) à Unimed Paulistana serve para dar segurança aos consumidores, explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste (associação de defesa dos consumidores).


— Nos últimos anos, muitas empresas quebraram e muitas estiveram sob Direção Fiscal. Elas foram acompanhadas [pela ANS] e [algumas] puderam volta ao mercado. Essas medidas servem para dar segurança ao consumidor de que o serviço continuará sendo prestado.

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A novidade desta vez, contudo, é pelo tamanho da Unimed Paulistana, que possui uma carteira com 744 mil clientes, a maior parte (78%) em planos coletivos.


No final de 2004, o grupo Interclínicas vendeu sua carteira de cerca de 200 mil clientes, após passar pelo mesmo processo de acompanhamento enfrentado pela Unimed Paulistana, o regime de Direção Fiscal.

Em 2013, foi a vez da Golden Cross passar pelo procedimento, vendendo sua carteira de planos individuais e familiares para a Unimed Rio (cerca de 160 mil clientes), mantendo apenas os planos coletivos.

“Eu não sei quem será a próxima, mas é só olhar o balanço das empresas”, diz Ramos.

Consumidor, fique de olho

Checar a saúde financeira das operadoras é um dos cuidados recomendados aos consumidores
Checar a saúde financeira das operadoras é um dos cuidados recomendados aos consumidores

Checar a saúde financeira das operadoras é um dos cuidados recomendados aos consumidores — seja no momento de adquirir um plano, trocar de empresa ou saber se você fez a escolha certa.

Há várias informações no site da ANS, como avaliações das operadoras. A agência tem também uma cartilha para orientar consumidores na escolha do plano de saúde.

O consumidor ainda pode se informar sobre as operadoras que estão com planos suspensos, que operam parcialmente ou que estão com atividade normal.

“A melhor forma de acompanhar seu plano é saber se há muitas negativas de atendimento. Ver também se há problemas para garantir o que está no contrato e olhar as reclamações nos órgãos de defesa do consumidor”, afirma Dolci.

— Tem várias condições para você adquirir um plano de saúde, não é uma coisa que se decide de última hora. E depois você também pode verificar com parentes e amigos quem têm planos o que eles acham do serviço.

Para aqueles que quiserem mudar de planos, é preciso ficar atento às regras de portabilidade, já que há várias formas de se fazer essa troca.

Aos clientes da Unimed Paulistana, vale lembrar que o serviço deve continuar sendo prestado até o final de setembro, quando deve ser concluída a transferência dos clientes para outra operadora.

Nessa primeira etapa, a ANS espera que a Unimed Paulistana faça um acordo com outra empresa, que é obrigada a garantir as mesmas condições de atendimento, preço e carência ao usuário.

Se essa transferência não se resolver nessa primeira etapa, a ANS então realiza uma oferta pública da carteira de clientes. Neste caso, apenas a carência é respeitada (os preços e a cobertura podem se alterar).

Num terceiro momento, a ANS tenta fechar um acordo com alguma empresa do mercado. Neste caso, é respeitada também apenas a carência dos clientes. Veja mais dicas para os clientes da Unimed Paulistana.

Preocupações

Clientes da Unimed Paulistana devem continuar sendo atendidos até o fim da transferência para outra operadora
Clientes da Unimed Paulistana devem continuar sendo atendidos até o fim da transferência para outra operadora

A alienação da carteira de clientes da Unimed Paulistana levanta duas preocupações: uma com relação aos consumidores e outra referente às operadoras.

Segundo Maria Inês Dolci, da Proteste, é preciso dar uma atenção maior aos 160 mil clientes da operadora que possuem planos individuais.

Ela explica que, nesse processo, as empresas do mercado tendem a se interessar mais pelos clientes corporativos e coletivos, em detrimento dos individuais.

— Muitos consumidores não vão conseguir condições iguais às atuais e, portanto, vão deixar de ter planos de saúde.

Já Pedro Ramos, da Abramge, critica a gestão do setor feita pela ANS. Ele elogia a intervenção feita na Unimed Paulistana, mas diz que o problema é anterior e que medidas precisam ser tomadas para evitar novos casos.

Sua principal crítica é com relação ao reajuste dos preços dos planos, que é regulado pela ANS.

— Todo ano, a ANS aumenta o rol dos procedimentos, mas não dá a contrapartida. Precisa avaliar os impactos financeiros dos novos procedimentos, e conceder um reajuste que dê conta dos novos gastos. O reajuste dos últimos anos foi metade da inflação da medicina. Aqui no Brasil todo mundo tem direito a tudo, mas quem paga a conta?

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