As microfranquias, redes que exigem investimento inicial entre R$ 5.000 e R$ 80 mil, estão atraindo cada vez mais microempresários brasileiros. Em 2013, o número desses estabelecimentos cresceu 29%. Em faturamento, o salto foi de 31%. Os dados são da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e foram divulgados nesta terça-feira (11).
Com esse crescimento, a quantidade de pontos de vendas do segmento chegou a 17.197 no ano passado. Segundo o diretor-executivo da ABF, Ricardo Carmargo, o atual momento economico do País tem contribuído para que novos empresários invistam em microfranquias.
— Todo mundo quer abrir o seu negócio. O índice de inadimplência diminuiu no ano passado e, ao mesmo tempo, a classe média manteve sua capacidade de poupança, por isso houve um maior interesse nesse tipo de negócio.
De acordo com ele, os segmentos que alavancaram o avanço das microfranquias foram educação profissionalizante, reparos domésticos e serviços gerais, como cuidadores de piscinas.
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O aumento das microfranquias foi quase três vezes maior do que o apresentado pelo setor em 2013 — segundo a ABF, todo o setor de franquias cresceu 11,9% ante 2012.
Apesar de o faturamento subir para R$ 5,9 bilhões, as microfranquias representam apenas 5,11% do total movimentado pelo setor no ano passado, que chegou a R$ 115 bilhões. Em 2012, essas franquias baratas movimentaram 4,4% do setor.
Com 114.409 pontos de vendas, o Brasil ocupa a sexta colocação no ranking de unidades franqueadas, segundo o World Franchise Cuncil (WFC) — os EUA lideram a lista seguidos de China, Coreia do Sul, Japão e Filipinas.
Sem considerar as unidades, mas apenas as redes que operam no País, o setor apresentou crescimento de 11,4% em 2013, chegando a 2.703 marcas no ano passado. O Brasil é o terceiro colocado mundial em número de marcas, atrás apenas de China e Coreia do Sul, segundo ranking da WFC.
Somente no ano passado, 277 novas franquias entraram no mercado. No total, 92,4% das marcas em operação no País são brasileiras, das quais 4,8% (121 marcas) também atuam no exterior.
Regiões e criação de empregos
Em relação à distribuição das redes pelo País, a região Sudeste concentra a maioria das franquias (58,7%), embora nos últimos anos tenha ocorrido uma expansão além do eixo Rio-São Paulo, segundo a ABF.
Em seguida aparecem as regiões Sul (14,5%), Nordeste (14,5%), Centro Oeste (8%) e Norte (4,3%).
A ABF informou ainda que, no ano passado, o setor de franquia foi responsável pela geração de 1 milhão de empregos diretos formais e informais, aumento de 9,4% em relação ao ano de 2012.
Desafios do setor e expectativas para 2014
Apesar da predominância de resultados positivos, o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo, ressaltou o compromisso da associação em reduzir o índice de mortalidade (falência) das franquias, atualmente em 3%, sobretudo em relação às microfranquias.
— Existem dois desafios principais para que as microfranquias prosperem. O primeiro é ter uma boa base de recrutamento, pois a mão de obra é essencial uma vez que elas são muito ligadas a serviços. A segunda questão é o treinamento dos funcionários, já que o nível educacional brasileiro é péssimo.
Para 2014, a entidade espera um crescimento de 10% no faturamento e 9% na quantidade de unidades, projeção baseada na expectativa de avanço da economia e abertura de novos shoppings.
Camargo aposta no crescimento das franquias nos setores de informática e eletrônicos, alavancada pelas vendas de produtos como smartphones e tablets, e do turismo, devido a eventos esportivos como a Copa do Mundo.