Após dois meses seguidos de queda, o IAEmp (Indicador Antecedente de Emprego) subiu 1,6 ponto em dezembro, para 74,7 pontos. Apesar da alta, o índice termina o ano com saldo negativo de 7,1 pontos, segundo dados apresentados nesta quinta-feira (5) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Rodolpho Tobler, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), afirma que a alta apurada pelo indicador que mede as perspectivas para o mercado de trabalho no Brasil deve ser encarada com cautela. Segundo ele, a tendência segue negativa.
"A alta deste mês compensa apenas cerca de 15% do que foi perdido nos meses anteriores, e o ano se encerra com viés negativo com o resultado do último trimestre. O patamar baixo do indicador se mantém e parece refletir o cenário macroeconômico negativo e desafiador para o ano de 2023", afirma ele.
Para Tobler, o mercado de trabalho tende a reagir de maneira negativa à expectativa de uma desaceleração da economia e dificilmente voltará, no curto prazo, à trajetória ascendente que teve em parte do ano de 2022.
Em dezembro, três dos sete componentes do IAEmp contribuíram positivamente para o resultado do indicador, com destaque para os indicadores que medem a Situação Atual e Tendência dos Negócios da Indústria.