Inflação acumulada em 12 meses cai pela primeira vez em um ano
Apesar da queda na comparação com abril, IPCA anual de 11,73% segue acima do apurado em março e é o maior para o período desde 2003, afirma IBGE
Economia|Do R7
Após superar 12% e alçançar o maior patamar desde outubro de 2003, a inflação brasileira acumulada para o período de 12 meses perdeu fôlego pela primeira vez em um ano ao atingir 11,73% em maio.
Mesmo com o recuo na comparação com o resultado anual de abril, o desempenho do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) segue em patamar acima do apurado em março (11,3%) e é o maior para o período finalizado em maio desde 2003 (17,24%), Em maio de 2021, a variação havia sido de 8,06%.
Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante, avalia a redução da inflação em 12 meses como um fator importante para a economia nacional. "A gente estava esperando por essa queda já havia um bom tempo", comemora ele.
A redução da variação verificada entre junho de 2021 e maio de 2022 confirma a expectativa mais recente do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, de que o pico da inflação brasileira ocorreria entre abril e maio. A previsão foi feita depois de ele estimar um arrefecimento do indicador na virada do ano.
Nos 12 meses finalizados em maio, os preços da cenoura (+116,37%), das passagens aéreas (+88,65%), da abobrinha (+82,12%), do pepino (+77,91%), do melão (+71,34%), do café moído (+67,01%) e do transporte por aplicativo (+64,31%) foram as maiores contribuições para o salto do indicador.
Conforme os cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a variação acumulada até maio também mantém o índice em nível superior ao dobro do teto da meta, estabelecida em 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%), para o intervalo de 12 meses.