Juros do cartão de crédito chegam a 431% em um ano, segundo o Banco Central
Cheque especial também teve alta e acumulou 287% ao ano em dezembro de 2015
Economia|Do R7
As taxas de juros para o consumidor subiram no ano passado, de acordo com dados do BC (Banco Central) divulgados nesta quarta-feira (27). Apenas para o rotativo do cartão de crédito, os juros dispararam e acumularam alta de 431,4% ao ano.
A taxa média cobrada dos consumidores (pessoa física) subiu 7,2 pontos percentuais em 12 meses, situando-se em 37,9% a.a. No crédito livre, a taxa alcançou 63,7% a.a., refletindo a redução de 2,8 p.p. no crédito pessoal não consignado. No crédito direcionado, a taxa média situou-se em 9,7% a.a. (-0,3 p.p.), ressaltando-se a redução de 0,5 p.p. na taxa média dos financiamentos imobiliários.
Outro produto que teve um aumento expressivo nos juros foi o cheque especial. A taxa anual foi de 287% em dezembro do ano passado. A taxa para a compra de veículos subiu de 22,3% em dezembro de 2014 para 26% no mesmo mês do ano passado. Já a taxa do crédito consignado atingiu 28,8% ao ano.
A inadimplência das famílias, considerados atrasos superiores a 90 dias, atingiu 4,2%. Enquanto no crédito às empresas, ficou em 2,6%, registrando estabilidade no mês, mas com elevações respectivas de 0,5 p.p. (famílias) e 0,7 p.p. (empresas) no ano.
Com alta dos juros, consumidor deve quitar dívida no cartão e evitar rotativo
Crédito
O volume total de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 3,21 trilhões em dezembro, com expansões de 1,3% no mês e 6,6% no ano (comparativamente a 11,3% em 2014). Na evolução mensal, o crédito às empresas avançou 2%, totalizando R$ 1,7 trilhão, enquanto as operações com pessoas físicas cresceram 0,6%, alcançando saldo de R$ 1,5 trilhão.
A relação crédito/PIB atingiu 54,2%, ante 53,8% em novembro e 53,1% em 2014. Em 2015, a desaceleração do crédito acompanhou a retração da atividade econômica e os efeitos da política monetária, que afetam principalmente as operações do segmento livre.
O crédito direcionado também registrou contenção, reflexo de restrições nas condições de oferta e demanda no crédito imobiliário às famílias e nos financiamentos a investimentos das empresas. A evolução do crédito foi ainda condicionada pelo aumento da percepção de risco, observando-se aumento dos spreads e dos níveis de inadimplência.