Justiça de MG condena Parmalat por explosão de lata de molho
Produto da marca Salsaretti feriu mão de bordadeira, que ficou impossibilitada de trabalhar
Economia|Do R7*
O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) condenou a Parmalat no último dia 10 a pagar R$ 10 mil por indenização de danos morais a uma consumidora que teve uma lata de tomate explodida nas mãos em setembro de 2002 na cidade de Jacutinga (MG).
A ex-bordadeira Mônica da Cunha, com 33 anos na época, teve lesão na mão direita e ficou impossibilitada de trabalhar. O acidente ocorreu com um molho da marca Salsaretti, pertence à Parmalat na época.
De acordo com o tribunal, a fabricante Etti afirmou à consumidora, após reclamação por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), que o produto passa por um “rigoroso controle de qualidade”.
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Ainda segundo a defesa de Mônica, que trabalhava com bordado e realizava serviços de digitação, a lata estaria “efervescente e liberando gases” após a explosão e o acidente, “além de provocar dores contínuas”, causou sequelas que "impossibilitaram que ela continuasse a exercer suas atividades profissionais.”
“Abalo emocional”
Para o relator do processo, desembargador Sebastião Pereira de Souza, ficou comprovado que a Parmalat gerou “uma série de transtornos” à vítima.
— Além de ficar com o braço imobilizado por certo período, (a então bordadeira) se viu obrigada a laborar e a conviver com dores em sua mão direita por longa data, conforme depoimentos. Ao mesmo tempo, se envolver em um acidente em que há uma explosão inesperada de um produto, cuja embalagem é de material resistente e por isso mais perigoso, ocasiona um abalo emocional muito grande.
O R7 não conseguiu entrar em contato com a defesa da Parmalat e com a vítima até a publicação desta reportagem.
Segundo o advogado de acusação do processo, Antônio Bresci, "os laudos da época não se confirmaram" e a vítima conseguiu recuperar o movimento da mão. Além dos danos morais, a Justiça determinou que Mônica receba R$ 23,74 de danos materiais referentes a gastos com medicamentos.
Ainda conforme Bresci, a vítima entrou na Justiça após a Parmalat enviar um representante até Jacutinga para recolher a lata de tomate explodida e, posteriormente, afirmar não ter identificado nenhum problema na perícia da embalagem.
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*Colaborou Arthur Gandini, estagiário do R7