O mercado financeiro passou a ver a taxa básica de juros mais alta em 2023 em meio ao aumento das expectativas para a inflação e para o dólar, mostrou a pesquisa feita com analistas divulgada pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (21).
A expectativa para a taxa de juros Selic ao final deste ano permaneceu em 13,75%, mas para 2023 passou para 11,5%, depois de 10 semanas estacionada em 11,25%.
A mudança ocorre na esteira de aumentos nas estimativas para a inflação. A projeção para a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2022 agora é de 5,88% e, para 2023, de 5,01%. No levantamento anterior, a inflação era calculada respectivamente em 5,82% e 4,94%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5%, e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
As decisões levam em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta de política monetária no combate à inflação. Isso se deve ao fato de que os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que, para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa de crescimento este ano subiu a 2,8%, de 2,77% antes, mas para o ano que vem seguiu em 0,7%.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que houve aumento nas estimativas para o dólar, calculado em R$ 5,25 em 2022 e R$ 5,24 em 2023, de R$ 5,20 anteriormente para ambos os períodos.