‘Muita gente olha sempre o copo meio vazio’, diz Dilma sobre a economia brasileira
Presidente reiterou compromisso com o superávit e inflação dentro da meta
Economia|Mariana Londres, do R7, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff fez uma avaliação positiva da economia brasileira nesta quarta-feira (18), durante o café da manhã de fim de ano com os jornalistas, e sinalizou que as críticas devem ser relativizadas já que há muita gente que ‘enxerga sempre o copo meio vazio’.
— Muita gente olha sempre o copo meio vazio, o que é preocupante, porque uma parte da economia é expectativa.
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Como exemplo desta visão, a presidente citou as críticas que foram feitas após o leilão de Libra, considerado um sucesso pelo governo. A presidente falou ainda do otimismo do governo, ao ser questionada se algumas previsões, como a de crescimento da economia (Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas do País), não haviam sido excessivamente otimistas por parte do governo.
— É imperdoável um governo derrotista.
Como resultados positivos da economia a presidente citou o cumprimento da meta de superávit primário (dinheiro reservado para pagar os juros da dívida), a inflação dentro da meta e os investimentos estrangeiros diretos no País.
— O Brasil tem tido um excelente desempenho na questão do superávit. Apenas seis economias do mundo fazem superávit e é importante que o Brasil faça o superávit. Nós somos uma economia com preocupação fiscal forte.
Durante a conversa, a presidente ressaltou o bom resultado do IED (Investimento Estrangeiro Direto) até novembro, divulgado nesta manhã pelo Banco Central.
— O Brasil teve US$ 57,5 bilhões [cerca de R$ 132 bilhões] de investimento direto até novembro. Ninguém bota US$ 57 bi onde a situação é muito crítica.
A presidente ressaltou ainda que tudo indica que o resultado da inflação deste ano seja melhor do que no passado. Sobre as críticas do mercado financeiro de que o governo federal é muito intervencionista a presidente rebateu, fazendo uma comparação com a política monetária americana. Acrescentou ainda que alguns incentivos feitos no governo dela, durante a política anticíclica, não são mais necessários.
— Nós não fizemos uma intervenção de R$ 85 bilhões nos mercados monetários. Mas diante da crise os governos são obrigados a fazer o que não fazem em tempos normais.
A análise da economia brasileira foi feita pela presidente no contexto de cenário econômico mundial. A presidente citou o crescimento do PIB mundial, que sofreu oscilações desde a eclosão da crise financeira mundial em 2008. Ela citou o modelo da crise em ‘W’, quando há uma queda (2009), seguida de recuperação e uma segunda queda (2013), seguida de uma segunda recuperação.
Ao falar da crise, citou o cientista político Antonio Gramsci, que recomenda o otimismo da vontade em contraposição ao pessimismo da razão.
— É o pessimismo da razão e o otimismo da vontade, como diria Antonio Gramsci.
A presidente descartou ainda qualquer mudança na equipe econômica.
— Reitero pela vigésima vez que o ministro Mantega fica onde está.