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Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história do Brasil

Planos dos clientes estão mantidos até questão financeira ser solucionada

Economia|Do R7, com Reuters

Logotipo da Oi dentro de shopping no centro da cidade de São Paulo
Logotipo da Oi dentro de shopping no centro da cidade de São Paulo

Com dívidas que somam R$ 65,4 bilhões, a empresa de telecomunicações Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20), a maior da história do Brasil. A companhia afirma que a oferta de serviços está mantida, até que os problemas financeiros sejam solucionados.

O recorde anterior de recuperação judicial era da Sete Brasil, que em abril passado pediu recuperação de R$ 18 bilhões.

O pedido da Oi foi feito na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e vem após fracassarem as negociações com detentores de bônus para tentar reestruturar de forma organizada as dívidas.

A companhia é a quarta do País no mercado de telefonia celular. Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para 2015, são 257,8 milhões de linhas móveis no País. A Oi detém 18,65% dos acessos, atrás dos líderes Vivo (28,47%), Tim (25,69%) e Claro (25,59%). 


Em "fato relevante" assinado por Flavio Nicolay Guimarães, diretor de Finanças e de Relações com Investidores, a empresa afirmou que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo, preservar o valor das empresas e manter o serviço oferecido aos clientes — um "fato relevante" é a comunicação que as empresas de capital aberto são obrigadas a fazer quando alguma decisão pode afetar diretamente nas ações da companhia.

O pedido vem após a Oi ter anunciado na última sexta-feira (17) que ainda não havia obtido acordo com detentores de bônus para uma reestruturação financeira, conversa intermediada pela Moelis & Company. Segundo a Oi, 60% de seus recebíveis estavam penhorados a bancos brasileiros.


"Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas com iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento", diz trecho do documento (acesse aqui o Fato Relevante completo).

O pedido de recuperação acontece dias após o presidente-executivo da Oi Bayard Gontijo ter renunciado à presidência da operadora, em meio a discordâncias com sócios portugueses do grupo sobre a forma de reestruturação financeira da companhia.


"O pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores", afirmou a Oi.

Segundo a companhia, as atividades operacionais seguirão normalmente e não haverá demissões. Além disso, o foco em investimentos para melhora da qualidade dos serviços será mantido, assim como as metas operacionais para 2016.

O pedido de recuperação judicial será deliberado em assembleia geral de acionistas. A empresa não informou para quando elas estão previstas.

Recuperação

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro confirmou que o pedido de recuperação da Oi foi distribuído hoje para a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital. Fazem parte da companhia as empresas Oi Móvel, Telemar Norte Leste, Copart 4 Participações, Copart 5 Participações, Portugal Telecom International Finance BV e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.

Com a recuperação judicial, as empresas em dificuldade financeira tentam reestruturar a dívida com credores. Sancionada em 9 de fevereiro de 2005, a Lei 11.101 regulamentou a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade.

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