Orçamento encolhe e brasileiro vai gastar menos com material de construção e linha branca no 3º trimestre
Intenção de compra cai e consumidor vai destinar R$ 2.311 para bens duráveis, diz estudo
Economia|Raphael Hakime, do R7
O orçamento do brasileiro ficou mais enxuto em 2015 e, por isso, ele vai gastar menos com linha branca, eletroeletrônicos, móveis e materiais de construção no terceiro trimestre deste ano.
A intenção de compra desses bens duráveis entre julho e setembro de 2015 ficou em 44,4% — o menor valor para o período desde 2002, quando houve eleições no Brasil e havia um receio quanto à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
Significa dizer que quatro em cada dez brasileiros vão consumir esses bens nesse intervalo de três meses.
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Os dados constam da pesquisa trimestral de intenção de compra no varejo, divulgada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), realizada em parceria com o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo), nesta quarta-feira (8).
O gasto médio com esses bens duráveis será de R$ 2.311 no período, indica a pesquisa. Trata-se do menor valor para o ano de 2015 e bem abaixo do 3º trimestre de 2014, quando a previsão era de R$ 2.780.
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A principal razão para a redução da perspectiva de compra dos bens duráveis é o corte do orçamento do brasileiro. No terceiro trimestre do ano passado, sobravam 11,2% para o brasileiro após pagar dívidas e as despesas mensais. Com esse dinheiro, ele fazia suas compras. No mesmo período de 2015, passará a sobrar apenas 6% — quase a metade de 2014 —, explica o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo.
O que comprar
O estudo indicou ainda que a categoria de produtos mais buscada pelos consumidores no 3o trimestre é vestuário e calçados — 18% dos entrevistados devem gastar com essas mercadorias entre julho e setembro.
Na segunda posição, aparece a linha branca (geladeiras, fogões, etc.) e os móveis, com 7,8% de intenção de compra cada. A terceira colocação é do segmento de telefonia e celulares (7,4%) e a quarta com materiais de construção (5,2%).
A pesquisa levou em conta 500 entrevistas realizadas entre 8 e 19 de junho de 2015 na cidade de São Paulo. Sete em cada dez respondentes ganham de 3,1 a oito salários mínimos.