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Preço da gasolina dispara com paralisação de caminhoneiros

Valor médio do litro do combustível em todo o país saltou de R$ 4,43 para R$ 4,61 no intervalo de uma semana, segundo levantamento da ANP

Economia|Fernando Mellis, do R7

Posto em Porto Alegre durante paralisação
Posto em Porto Alegre durante paralisação

O preço da gasolina foi o mais afetado entre os combustíveis na semana da paralisação dos caminhoneiros. Segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o valor médio do litro no país foi de R$ 4,61 entre 27 de maio e 2 de junho. Em relação à semana anterior, a alta foi de R$ 0,17, ou 4%.

O preço médio do óleo diesel variou subiu de R$ 3,78 para R$ 3,82. Já o etanol foi de R$ 2,81 para R$ 2,95.

A paralisação, que durou 11 dias, provocou uma corrida aos postos para abastecer e preços abusivos nas bombas. Na semana passada, a ANP, registrou gasolina vendida a R$ 5,40 na região Norte, a R$ a R$ 5,39 no Sudeste e a R$ 4,99 no Sul.

Em São Paulo, o preço médio da gasolina foi de R$ 4,50; no Rio de Janeiro, R$ 5; em Minas Gerais, R$ 4,91; na Bahia, R$ 4,57; e no Distrito Federal, R$ 4,84.


Com a alta do etanol na maioria dos Estados, abastecer com álcool era vantajoso apenas em Mato Grosso (veja tabela abaixo).

A expectativa em relação ao diesel é que os preços sejam menores nesta semana, já que os postos estão sendo pressionados a repassar o desconto que o governo está bancando (R$ 0,46 por litro) nas refinarias. 


Gasolina sobe desde julho de 2017

A trajetória de alta do preço dos combustíveis no Brasil começou há quase um ano, quando o governo aumentou PIS/Pasep e Cofins. Naquele momento, o preço do barril de petróleo no mercado internacional começava a subir e a Petrobras acabava de adotar uma nova política de preços, que repassa às refinarias variações diárias de câmbio e do petróleo.

Um levantamento feito pelo R7 com base em dados da ANP mostra que quando o Ministério da Fazenda anunciou a alta do PIS/Pasep e da Cofins (que adicionou R$ 0,41 ao preço do litro), a gasolina custava, em média, R$ 3,464. Um mês depois, era vendida a R$ 3,773.


O valor do barril subiu de US$ 49,30 em 20 de julho de 2017 para US$ 62,22 quatro meses depois e continuou em alta, até atingir nos últimos dias o maior patamar desde o fim de 2014: próximo de US$ 80.

De lá para cá, a valor do litro da gasolina no Brasil também continuou em trajetória crescente, rompeu a barreira de R$ 4 na metade de novembro e ultrapassou R$ 4,20 em janeiro. Agora, aproxima-se de R$ 4,30, na média, embora em alguns Estados já chegue a R$ 5.

A arrecadação do governo com PIS/Pasep e Cofins sobre os combustíveis bateu um recorde após a alta de julho. Saltou de R$ 4,527 bilhões entre janeiro e abril de 2017 para R$ 9,683 bilhões (+113,9%) no mesmo período deste ano, segundo números da Receita Federal.

O presidente do Sincopetro (Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto de Paiva Gouveia, calcula que o aumento do PIS/Cofins tenha reduzido "em torno de 14% a venda de combustíveis nos postos paulistas".

"Foi uma alta expressiva no preço final para o consumidor e a gente sabe que quanto mais sobe [o preço] mais cai a venda", diz.

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