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Preço dos imóveis subirá menos em 2014, apontam analistas 

Após disparada nos últimos anos, estimativa é que valor acompanhe inflação neste ano

Economia|Luiz Betti, do R7

Valorização dos imóveis deve acompanhar inflação deste ano, estimam analistas
Valorização dos imóveis deve acompanhar inflação deste ano, estimam analistas

Os preços dos imóveis no Brasil em 2014 devem subir em ritmo menor do que o dos últimos anos e ficar próximo à inflação. Bolha imobiliária em solo nacional? Não há riscos, ao menos por enquanto. A opinião é de economistas e representantes do setor imobiliário ouvidos pelo R7.

De acordo com o último índice Fipezap, o preço médio dos imóveis no País cresceu 13,7% em 2013, mesmo nível do ano anterior. Em 2011, por sua vez, o avanço foi quase o dobro: 26,3%.

Segundo o diretor de Relações Institucionais da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), Eduardo Zangari, esse aumento ocorreu devido à “demanda reprimida” que, estimulada pelo aumento do crédito, foi atendida pelo mercado.

— A partir do momento que o crédito ficou mais acessível, as pessoas buscaram novos imóveis para comprar e, a partir disso, começou a lei da oferta e da procura.


O diretor jurídico da ABADI (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis), Marcelo Borges, fala sobre “recuperação imobiliária” ao discorrer sobre o tema. Para ele, as melhorias da infraestrutura urbana contribuíram para a correção de valores no mercado.

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Ainda sobre o aumento no preço dos imóveis, outro ponto citado foi a inversão dos números do mercado — entre 2007 e 2013, as vendas em São Paulo de apartamentos de um quarto passaram de 634 para 7.369; por outro lado, os imóveis de quatro dormitórios caíram de 11.066 para 2.507 no período, segundo dados da Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo).

Nesse ponto, o economista-chefe da Secovi-SP, Celso Petrucci, é taxativo ao apontar na predominância de vendas de imóveis pequenos um dos motivos da valorização.


— O custo da construção é maior nessas unidades. Além disso, 95% dos imóveis de um dormitório foram construídos em bairros nobres, então isso puxou o aumento nos preços.

Bolha imobiliária?

Questionados a respeito do risco de uma bolha imobiliária no Brasil, os entrevistados a abordaram como um fenômeno pouco provável. Para o professor de Finanças do Ibmec/RJ (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Nelson de Sousa, os preços dos imóveis devem se acomodar daqui pra frente.

— Não se pode afirmar que exista uma bolha imobiliária, pelo menos não existem evidências que levem a essa conclusão.

A economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getulio Vargas), Ana Castelo, lembra que hoje o crescimento não é tão planificado como nos anos anteriores — a valorização dos imóveis em Brasília, por exemplo, ficou abaixo da inflação em 2013.

— O mercado está se ajustando, alguns lugares já reduziram inclusive o número de lançamentos, de modo a ajustar a oferta e a demanda. A perspectiva é de crescimento [dos preços] moderado, muito próximo à inflação.

Sobre a possibilidade da bolha, ela faz questão de diferenciar a realidade brasileira com outros mercados.

— Quando as pessoas falam em bolha, logo pensam no caso norte-americano. Porém, a realidade aqui é diferente, o sistema financeiro é outro. O número de famílias que usa o próprio imóvel em empréstimos pra comprar outros bens é muito pequeno.

Única voz discordante entre os entrevistados, o criador do blog Bolha Imobiliária, que preferiu não se identificar, afirma que a bolha é “evidente” e que é apenas “questão de tempo” para ela estourar. Ele comenta que começou a atentar para o aumento nos preços em 2010.

— Naquele momento defendi que o aumento dos preços, motivado por programas sociais e a melhorias da infraestrutura nas cidades devido aos eventos esportivos (Copa do Mundo e Olimpíadas), não ocorria de forma sustentável.

O blogueiro comenta que, a partir daí, pessoas "sem nenhum conhecimento de investimentos" passaram a comprar imóveis para revender, inflacionando os preços. Segundo ele, agora está ocorrendo uma maior oferta do que procura de imóveis, o que deve baixar o preço tanto da locação quanto da venda.

— Nós vemos nos relatos do blog um certo desespero dos investidores, que não encontram compradores para os imóveis supervalorizados. As placas de “vende-se” e “aluga-se” aumentam a cada dia. O preço de venda [dos imóveis] ainda resiste, mas já temos muitos relatos de queda nos valores negociados.

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