Safra de laranja cairá 18% em região produtora de suco do país, diz Fundecitrus
Economia|Do R7
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de laranja da região produtora de suco do Brasil deve atingir 245,8 milhões de caixas (40,8 kg cada) na temporada 2016/17, 18 por cento abaixo do total colhido no ciclo anterior, com altas temperaturas reduzindo a produtividade dos pomares, informou nesta terça-feira o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Em sua primeira estimativa para a nova safra brasileira, o órgão de pesquisa da setor viu ainda uma redução de 6 por cento na área de cultivo em comparação ao ano passado, para 416 mil hectares em 2016/17, com produtores erradicando pomares velhos, em benefício de outras culturas.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja, respondendo por quase 80 por cento do suco comercializado globalmente.
"O maior peso (para a redução da safra), de longe, foi o clima", afirmou à Reuters o diretor-executivo da associação da indústria exportadora CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Ele ressalvou que, quando se olha o número de pés produtivos, há neste ano 175,6 milhões versus 174 milhões em 2015/16. E destacou a queda esperada na produtividade média das árvores, segundo o Fundecitrus, de 14,6 por cento, para 636 caixas por hectare.
A previsão se refere à região produtora de suco do Estado de São Paulo e ao Triângulo Mineiro.
O Fundecitrus afirmou que o mais forte El Niño em décadas causou desvios climáticos que reduziram a quantidade de frutos por árvore.
Afirmou ainda que o fenômeno climático aumentou as temperaturas em até quatro graus Celsius acima do normal em algumas áreas produtoras, levando ao abortamento de parte significativa dos novos frutos.
"A floração que começou a aparecer no final de agosto e intensificou em setembro e outubro foi abundante em todas as regiões produtoras... Porém as altas temperaturas observadas em setembro e outubro de 2015 na maior parte do cinturão citrícola contribuíram para o desequilíbrio hormonal culminando em um expressivo abortamento de chumbinhos", afirmou a instituição em comunicado.
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(Por Marcelo Teixeira e Roberto Samora)