Salário de negro é quase a metade do rendimento de branco em SP
Pesquisa mostra que negro ganha, em média, R$ 8,79 por hora contra R$ 13,80 de não negro
Economia|Do R7
A disparidade entre os rendimentos dos brasileiros por causa da cor da pele já é conhecida no Brasil. Uma pesquisa da Fundação Seade em alusão ao Dia da Consciência Negra, divulgada nesta terça-feira (17), porém, comprova em números que os negros continuam ganhando menos do que os brancos — bem menos.
Os negros recebem quase metade do salário dos brancos na região metropolitana de São Paulo, segundo o estudo com base em dados de 2014. Por hora, os não negros ganham, em média, R$ 13,80, enquanto os negros recebem R$ 8,79 — ou 63,7% da grana dos brancos.
Essa diferença, inclusive, aumentou entre 2013 e 2014, sobretudo, por causa do crescimento de 2,9% do rendimento dos não negros — diante da estabilidade do salário dos negros. Em 2013, o rendimento médio por hora dos negros correspondia a 65,3% dos não negros.
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Emprego público x empresas
No setor público, em 2014, o rendimento médio por hora pago para os negros equivalia a 66,2% ao dos não negros, enquanto entre os autônomos representava 71%.
No setor privado, os negros com carteira assinada recebiam 66,9% do rendimento médio por hora dos não negros, e os sem carteira auferiam 68,1% — em 2013, essas proporções eram de 66,4% e 71,2%, respectivamente.
Por outro lado, para os trabalhadores domésticos, o salário dos negros superava o dos não negros em 1,5%.
Setores da economia
A maior diferença de salário entre brancos e negros está no setor de serviços: em 2014, os negros ganhavam 59,1%, por hora, do rendimento dos não negros. Essa relação piorou na comparação com 2013, quando a proporção correspondia a 62,9%.
Na indústria, os negros recebiam o equivalente a 70,1% do salário dos não negros em 2014 — no ano anterior, os negros ganhavam 65,2% do total dos não negros. No comércio, negros ganham 70,2% do rendimento dos brancos — contra 70,8% no ano anterior.
Já na construção civil, a diferença é a menor: negros embolsavam 76,7% dos não negros em 2014 — contra 71,5%, em 2013.