Setor de cartões cresce 35,8% no 3º trimestre e movimenta R$ 687,3 bi
O crescimento em cada mês em relação ao mesmo mês de 2020 vem desacelerando, mas é visto como normal pela Abecs
Economia|Do R7
O setor brasileiro de cartões cresceu 35,8% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado e movimentou R$ 687,3 bilhões, de acordo com levantamento da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) apresentado nesta terça-feira (16).
As transações com cartão de crédito puxaram o crescimento, com salto de 42,2% em um ano, para R$ 426,1 bilhões. Os cartões pré-pagos tiveram alta maior, de 153,6%, mas têm volume menor, de R$ 31,9 bilhões no trimestre. As transações com cartão de débito subiram 18,6%, para R$ 235,3 bilhões.
De janeiro a setembro deste ano, de acordo com a Abecs, o setor já movimentou R$ 1,8 trilhão em transações, uma alta de 34,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento em cada mês em comparação com o mesmo mês de 2020 vem desacelerando ao longo do ano e ficou em 33,1% em setembro.
O presidente da Abecs, Pedro Coutinho, disse que essa desaceleração é natural, mas que, ainda assim, o setor deve ter crescimento de dois dígitos porcentuais neste ano. "A média anual de crescimento [mensal] deve ultrapassar 20%", afirmou.
A quantidade de transações avançou 39,1% no terceiro trimestre, para 8,2 bilhões de operações, e chegou a 21,8 bilhões no acumulado do ano até setembro, um crescimento de 33,6%.
Também houve alta nas transações realizadas por brasileiros no exterior. Entre julho e setembro, US$ 922,3 milhões foram gastos com cartões fora do país, alta de 56,2%. Em reais, a elevação foi de 51,9%, para R$ 4,8 bilhões. Já os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 589,9 milhões, crescimento de 78,8%.
Com os resultados do terceiro trimestre e os primeiros números observados neste quarto trimestre, a Abecs tornou mais otimista sua projeção para a alta do setor neste ano. O número anterior era de 24%; agora, passou para 30%. "Estamos com uma linha mais otimista, é um número bastante impressionante", disse Coutinho.
Segundo o presidente da Abecs, a reabertura da economia foi o principal fator de impulso dos gastos com cartões, assim como a safra agrícola na Região Centro-Oeste. Ainda de acordo com ele, o auxílio emergencial, pago com valores menores neste ano, perdeu importância na composição do mix de transações com cartões.
Transações remotas
As transações remotas com cartões, categoria que engloba, por exemplo, as compras online, cresceram 16,2% no terceiro trimestre deste ano, para R$ 146,5 bilhões, de acordo com a Abecs.
Os cartões de crédito predominam nesse tipo de transação, respondendo por R$ 141,1 bilhões, alta de 41,7% em um ano. Os cartões de débito, por outro lado, tiveram queda de 85,3% no período, para R$ 3,8 bilhões. Nos cartões pré-pagos, houve R$ 1,7 bilhão em transações, alta de 69,2% no período.
No acumulado do ano até setembro, as transações não presenciais com cartões no país chegam a R$ 401,7 bilhões, alta de 30,9%.
Ainda de acordo com a Abecs, as transações feitas por aproximação se multiplicaram por quatro entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período deste ano, para R$ 57,5 bilhões. No acumulado do ano, essas transações crescem 387,8%, para R$ 11,5 bilhões.