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Setor de serviços desaba em 2020 e registra maior queda da história

Segmento encerrou último ano com baixa de 7,8%, o pior resultado para um ano desde o início da série, em 2012. Dados são do IBGE

Economia|Pietro Otsuka, do R7

Baixa de 7,8% é a mais intensa da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2012
Baixa de 7,8% é a mais intensa da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2012 Baixa de 7,8% é a mais intensa da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2012

O setor de serviços despencou no último ano e encerrou 2020 com queda de 7,8%. Essa é a baixa mais intensa da série histórica da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), iniciada em 2012 para esse indicador. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11).

Leia mais: Comércio despenca em dezembro, mas cresce pelo quarto ano seguido

A retração no acumulado de 2020 supera a de 2016 (-5%) e interrompe dois anos de resultados não negativos: 2018 (0,0%) e 2019 (1,0%).

Em dezembro, na comparação com novembro, o setor ficou estável, com leve queda de 0,2%. O resultado interrompe seis meses consecutivos de alta. Apesar do ganho acumulado de 18,9% entre junho e novembro, o volume de serviços ainda está 3,8% abaixo do patamar de fevereiro, momento em que as medidas de isolamento social para o controle da pandemia do novo coronavírus ainda não tinham afetado o setor.

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Fator pandemia

Os setores que mais influenciaram o resultado negativo são ligados às atividades presenciais e que, portanto, foram mais afetados pelas medidas de isolamento decorrentes da pandemia. Nesse sentido, vale destacar os serviços prestados às famílias, que despencaram em 2020 e tiveram perdas acumuladas de -35,6%. 

“Em termos de atividades, houve uma disseminação de taxas negativas, com quatro dos cinco setores mostrando recuo frente ao ano de 2019. O principal impacto veio dos serviços prestados às famílias, que foi pressionado pela queda na receita dos restaurantes, hotéis, serviços de bufê e produção e promoção de eventos esportivos e atividades de ensino ligadas a cursos profissionalizantes, técnicos e autoescolas, por exemplo”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

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Logo atrás vem o setor de profissionais, administrativos e complementares (-11,4%), que "foi pressionado pela retração na receita das empresas de gestão de ativos intangíveis, administração de programas de fidelidade, soluções de pagamentos eletrônicos e serviços de limpeza", segundo a nota do IBGE.

“Em relação à administração de programas de fidelidade, temos uma correlação com a queda da receita das companhias aéreas. Já a queda nos serviços de limpeza é explicada por conta de edifícios comerciais terem sido fechados a partir de março. Ainda que alguns tenham voltado a funcionar, muitas pessoas permanecem trabalhando remotamente e isso afetou, de alguma forma, a contratação das empresas que oferecem esses serviços”, afirma Lobo.

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Transportes (-7,7%), também teve quedas recorde no período, puxadas, principalmente, pela queda na receita das empresas de transporte aéreo de passageiros, rodoviário coletivo de passageiros, rodoviário de cargas e correio nacional.

Nadando contra a maré

Por outro lado, o único setor que teve resultados positivos no acumulado de 2020 foi o de outros serviços (6,7%). O resultado do ano passado foi impulsionado, especialmente, pelo "aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercados e administração de bolsas e mercados de balcão organizados", de acordo com o IBGE.

“Com a queda recente da taxa de juros, famílias e empresas passaram a procurar outras formas de investimento alternativas à poupança e estão migrando para investimentos de renda fixa ou variável. E empresas desses segmentos financeiros auxiliares também tiveram aumento de receita em função dessa intermediação que fazem do mercado financeiro com as famílias e empresas que buscam por aumento de rendimento”, explica Rodrigo Lobo.

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