Veja o impacto no seu bolso do financiamento da casa própria com a nova taxa de juros da Caixa
Imóvel de R$ 500 mil financiado em 30 anos ficará até R$ 38 mil mais caro. Entenda os cálculos
Economia|Do R7
As novas taxas de juros imobiliários anunciadas pela Caixa na última quinta-feira (15) vão deixar os financiamentos da casa própria mais caros. A alteração foi justificada pelo aumento das taxas de juros básicos, a Selic. A mudança passa a valer para financiamentos imobiliários fechados depois da próxima segunda-feira (19).
Um imóvel de R$ 500 mil, por exemplo, financiado em 30 anos, poderá ter um acréscimo de até R$ 38 mil no valor total (veja simulações abaixo).
Serão alterados os financiamentos que usam recursos da poupança: o SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e o SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário). A diferença entre os sistemas consiste basicamente no valor permitido para a realização do financiamento.
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Enquanto no SFH o preço do imóvel a ser adquirido é limitado — R$ 750 mil para compras realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal e R$ 650 mil para as demais localidades —, o SFI é de valor livre. A Caixa só oferece financiamentos com grana na modalidade de crédito SAC, que tem parcelas decrescentes.
O diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, fez simulações que mostram como deve ficar o financiamento de 360 meses de um imóvel no valor de R$ 500 mil com as novas taxas.
Confira as projeções a seguir:
Financiamentos pelo sistema SFH no modo em que o valor das prestações vão diminuindo ao longo dos meses (único oferecido pela Caixa):
Taxa de balcão: se mantém em 9,15%
Como o valor dos juros para esse tipo de financiamento permanece o mesmo, não haverá diferença em contratar o serviço hoje ou segunda-feira.
Se optar pelo pagamento da casa própria em 360 parcelas, o consumidor pagará R$ 1,188 milhão pelo imóvel, sendo a primeira prestação no valor de R$ 5.201,39 e a última de R$ 1.399,48.
Cliente relacionamento: era 8,75% vai para 9%
Caso o consumidor assine o contrato até domingo, pagará R$ 1,176 milhão na casa própria, sendo a primeira prestação no valor de R$ 5.138,89 e a última de R$ 1.399,31.
A partir do dia 19, o brasileiro vai pagar R$ 12 mil a mais e o total chegará a R$ 1,188 milhão. Na simulação de 360 parcelas mensais, o valor da primeira será de R$ 5.201,39 e a última ficará em R$ 1.399,48.
Cliente relacionamento (mais salário): era 8,25% vai para 8,7%
Até o dia 19, o consumidor paga R$ 4.826,39 pela primeira prestação e R$ 1.398,44 pela última, totalizando R$ 1,120 milhão pelo imóvel.
No entanto, na próxima semana, o valor do financiamento vai ficar em R$ 1,154 milhão, com a primeira parcela em R$ 5.013,89 e a última no valor de R$ 1.398,96.
Servidor (com relacionamento): era 8,6% vai para 8,7%
O consumidor pagará 360 parcelas mensais com o valor total de R$ 1,146 milhão até a próxima segunda-feira (19).
Caso assine o contrato após o período, o preço do imóvel ficará R$ 8.000 mais caro, com a primeira parcela no valor de R$ 5.013,89 e a última por R$ 1.398,96, totalizando um valor de R$ 1,154 milhão.
Servidor (com relacionamento e salário): era 8% vai para 8,5%
Com a primeira prestação no valor de R$ 4.722,22 e a última no valor de R$ 1.398,15, o consumidor com condições de optar por esse tipo de financiamento paga hoje R$ 1,101 milhão pelo imóvel de R$ 500 mil.
A escolha feita na próxima segunda-feira encarece o valor do imóvel em R$ 38 mil, sendo a primeira parcela no valor de R$ 4.930,56 e a última de R$ 1.398,73, totalizando um valor de R$ 1,139 milhão.