Suécia volta atrás e avalia que usar só material digital formaria analfabetos funcionais
Em São Paulo, gestão Tarcísio recusou 10 milhões de livros gratuitos do MEC, para implantar material didático virtual
Educação|Vivian Masutti, do R7
Dona de um dos sistemas educacionais mais antigos e eficazes da Europa, a Suécia recuou em sua política de digitalização da sala de aula após avaliar as consequências catastróficas de abrir mão do livro físico.
De acordo com avaliações de dezenas de especialistas, alunos perderam o hábito da leitura, professores ficaram sem acesso a livros e pais se viram sem conseguir ajudar os filhos.
“Corremos o risco de criar uma geração de analfabetos funcionais”, afirmou Lotta Edholm, ministra da Educação sueca, ao jornal francês Le Monde, após ver a nota do país despencar no Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) — o exame internacional que avalia o desempenho em leitura dos estudantes.
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Para Lotta, a digitalização foi longe demais e os livros têm “vantagens que nenhum tablet pode substituir”. Em entrevista ao jornal sueco Svenska Dagbladet, ela culpou as telas ao ver as crianças “se movendo menos, lendo menos e usando menos papel e caneta”.
Para reverter a situação, o ministério lançou um programa de reintrodução dos livros nas salas de aula.
O plano prevê o investimento de 150 milhões de euros até 2025. “Temos uma crise de leitura nas escolas suecas. No futuro, o governo quer ver mais livros didáticos e menos tempo de tela nas escolas”, diz a ministra.