Alckmin 'elege' prefeitos das principais cidades
O PT ficou de fora do 2º turno em São Bernardo, domicílio eleitoral do ex-presidente Lula
São Paulo|Do R7
Além da vitória de João Dória no primeiro turno na capital, candidatos apoiados pelo governador Geraldo Alckmin obtiveram bons resultados nas principais cidades do interior paulista. Em Campinas, o atual prefeito, Jonas Donizete (PSB), foi reeleito no primeiro turno com 65,43% dos votos válidos e teve o apoio do PSDB. O candidato do PT, Márcio Pochman, obteve 15,04% dos votos e terminou em terceiro lugar.
O PSDB de Alckmin ainda recuperou a prefeitura de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, com a vitória no primeiro turno de Felício Ramuth, com 63,27% dos votos válidos. O atual prefeito e candidato pelo PT, Carlinhos de Almeida, teve 20,71% dos votos e não conseguiu provocar o segundo turno, mesmo com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o resultado, o PSDB recupera a prefeitura que havia perdido para o PT há quatro anos depois de duas gestões tucanas seguidas, com Eduardo Cury.
Em Ribeirão Preto, o ex-secretário do governo Alckmin, deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), largou na frente para a disputa do segundo turno com 39,86% dos votos. Seu adversário será Ricardo Silva (PDT), que teve 27,86%. O governador também apoiou a reeleição do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), em Santos. O tucano venceu no primeiro turno com 77,74%. Em segundo lugar ficou Carina Vitral, do PcdoB em aliança com o PT, que teve 6,61% da votação válida.
Outra vitória com ampla margem foi registrada em Piracicaba, onde Barjas Negri teve 70,31% dos votos válidos. Ele já foi prefeito de Piracicaba por dois mandatos, de 2005 a 2008 e de 2009 a 2012 e atuou como ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso.
Derrota
Em Sorocaba, o candidato do DEM, José Crespo, apoiado pelo PMDB, vai disputar o segundo turno com o candidato do PSOL, Raul Marcelo. O vereador Crespo teve 45,18% dos votos válidos e está em vantagem na disputa pelo segundo turno. Raul Marcelo teve 25% dos votos. Ele tem como vice Gilberto Franca, um dos fundadores do PSOL.
A votação marcou o fim de uma hegemonia de 20 anos do PSDB na cidade. O candidato do partido, João Leandro, teve 13,47% dos votos e ficou na terceira colocação. O fim da era tucana acontece apesar do apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à candidatura de Leandro. O governador passou por Sorocaba na reta final da campanha.
Contrariando as últimas pesquisas, que ainda indicavam segundo turno, o candidato do PMDB, Edinho Araújo, conquistou a prefeitura de São José do Rio Preto, neste domingo, com 52,26% dos votos válidos. O candidato do PSB, deputado estadual Orlando Bolçone, teve 32,20% e não conseguiu levar a disputa para o segundo turno. O petista João Paulo Rillo ficou em terceiro lugar com 10,41%.
Disputas em aberto
Em Osasco, o candidato do PTN, vereador Rogério Lins, teve 39 46% e vai disputar o segundo turno com o atual prefeito Jorge Lapas, do PHS, que é apoiado pelo PT e recebeu 37,9%. No caso, Lins foi beneficiado pelo indeferimento da candidatura de Celso Giglio, do PSDB, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Em Jundiaí, também haverá eleição dia 30, após Luiz Fernando Machado (PSDB) liderar a votação de domingo (2), com 47,02%. Em segundo lugar ficou Pedro Bigardi (PSD), que tenta a reeleição, com 26,69%.
Em Bauru, no noroeste do Estado de São Paulo, o candidato do PSD e ex-secretário municipal do Meio Ambiente Clodoaldo Gazzetta irá disputar o segundo turno com Raul Gonçalves (PV). Eles tiveram no primeiro turno 45,53% (78.349 votos) e 30,61% (52.668 votos), respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No ABC, outra derrota histórica dos petistas
Antes dos votos serem computados, a região do Estado que poderia ser considerada ainda como "cinturão vermelho" era o ABC paulista. Entre as principais cidades, três eram prefeituras petistas (Santo André, São Bernardo e Mauá) e apenas uma era do PSDB (Rio Grande da Serra). No domingo (2), às 21h, a situação se inverteu para 2017 — principalmente ao considerar o bloco fechado com PSB, PPS, DEM e PV.
Os candidatos apoiados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiram pelo menos um de cada três votos válidos no chamado ABCD. Em Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão confirmou o atual mandato à frente da cidade e foi eleito no primeiro turno com 45 47% dos votos válidos.
Mas a principal vitória foi em São Caetano, onde José Auricchio Jr. venceu com 34,34%, superando o atual prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Para entender a dificuldade enfrentada não só pelo PT, mas também por seus aliados na cidade (PDT e PCdoB), o candidato Marcio Della Bella só teve 898 votos, menos de 1%.
O Partido dos Trabalhadores ainda ficou de fora do segundo turno em São Bernardo, domicílio eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e berço histórico do PT, e em Diadema. Na primeira cidade, Orlando Morando (PSDB) teve 45,07% dos votos válidos e sai com ampla vantagem contra Alex Manente do PPS (28 41%). O petista Tarcisio Secoli teve 22,57% dos votos válidos.
Em Diadema, o prefeito Lauro Michels saiu com uma ampla aliança, destacando PV, PSDB e PCdoB, e teve 48,1% dos votos no primeiro turno, se aproximando da vitória. No segundo turno enfrentará Vaguinho (da aliança PRB, PTB e PMDB), que alcançou 21,85%. Já o petista Maninho chegou só a 16,37%. Em Ribeirão Pires, o petista Renato Foresto também ficou longe da disputa, ganha por Kiko (PSB).
Confronto
A tradicional dicotomia PSDB-PT só se apresentará no segundo turno em Santo André, onde o tucano Paulo Serra (que teve 35,85% dos votos) enfrentará o petista Carlos Grana (que chegou a 20 28%).
Um dos poucos municípios que se mantêm "resistentes" a influência do governador é Mauá. Lá, o segundo turno será entre Atila Jacomussi (PSB), que teve 46,73% dos votos válidos, e o prefeito Donisete Braga (PT), que teve 22,90%.
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