Entenda como funcionava a máfia dos ingressos, que lucrava até R$ 1 milhão por jogo da Copa
Grupo tinha contato com delegações, agências de turismo e entrada livre em eventos da Fifa
Onze pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que vendia a altos preços ingresso distribuídos gratuitamente pela Fifa foram presas durante a Operação Jules Rimet, da Polícia Civil do Rio, na terça-feira (1º). O grupo, que lucrava até R$ 1 milhão por jogo, tinha contato com delegações, agências de turismo e entrada livre em eventos restritos da Copa. A polícia acredita que o esquema funcionava havia quatro mundiais.
Entenda abaixo como, segundo a Polícia Civil do Rio, a quadrilha atuava.
O que a quadrilha fazia?
Obtia ingressos da Copa do Mundo distribuídos gratuitamente pela Fifa e, por meio de agências de turismo ligadas ao esquema, vendia os bilhetes, inclusive, a estrangeiros.
Por que valor os ingressos eram vendidos?
Os preços variavam de acordo com a fase, mas podiam ser de 200% 1000% superior ao valor original. O ingresso para final chegava a R$ 35 mil.
De onde vinham os ingressos vendidos pelo bando?
A polícia apreendeu tíquetes fornecidos como cortesia a patrocinadores, a ONGs e também destinados à comissão técnica da seleção brasileira.
Quantos ingressos foram apreendidos?
A polícia apreendeu 100 ingressos. Mas outros bilhetes, de fases anteriores, já teriam sido vendidos.
As empresas de turismo que vendiam os ingressos obtidos pela quadrilha foram identificadas?
Sim. Três empresas de turismo localizadas em Copacabana foram interditadas pela polícia
Quanto a quadrilha faturava?
Até R$ 1 milhão por jogo. Ao longo de todo mundial, o faturamento podia chegar a R$ 200 milhões.
O grupo já atuou antes?
A polícia afirma que o esquema já funcionou em pelo menos quatro Copas do Mundo.
O que acontecerá com o dinheiro obtido pelos suspeitos?
As contas correntes de todos os indiciados foram bloqueadas. Os bancos foram comunicados sobre a investigação e a quebra de sigilo bancário foi pedida à Justiça.
Quem era o líder da quadrilha?
Mohamadou Lamine Fofana, argelino, que está detido.
Há suspeita de participação de pessoas ligadas à Fifa?
Sim, pois no carro de Fofana havia um adesivo que dá acesso a qualquer evento privado da Fifa. A suspeita é que o adesivo tenha sido fornecido por alguém ligado à Fifa
Como a polícia chegou aos suspeitos?
A polícia realizou interceptação telefônica e filmagens da venda dos bilhetes. A investigação durou cerca de três meses
Quem foi preso?
Alexandre da Silva Borges;
Alexandre Marino Vieira;
Antônio Henrique de Paula Jorge;
Ernane Alves da Rocha Júnior;
Fernanda Carrione Paulucci;
José Massih;
Júlio Soares da Costa Filho;
Marcelo Pavão da Costa Carvalho;
Mohamadou Lamine Fofana;
Oséas do Nascimento;
Sérgio Antônio de Lima.
Onde os suspeitos foram presos?
Alexandre da Silva Borges e José Massih foram detidos em São Paulo. Os demais acusados foram capturados no Rio de Janeiro.
Por quais crimes os detidos devem responder?
Os presos vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e cambismo.
Quem decretou as prisões?
As prisões foram concedidas pelo Juizado Especial do Torcedor.
O que acontecerá com quem comprou ingresso da quadrilha?
Quem comprou ingressos vendidos pela quadrilha será chamado a depor no Rio. Segundo a polícia, os compradores serão ouvidos como testemunhas.