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América Latina avançou no combate à fome, mas piorou em obesidade, diz FAO

De acordo com a organização, a América Latina é a região que mais avança no combate à fome

Internacional|Do R7

A obesidade afeta 3,8 milhões de crianças na América Latina
A obesidade afeta 3,8 milhões de crianças na América Latina

A América Latina é a região que conquistou mais avanços na luta contra a fome nos últimos anos, mas também grandes retrocessos em matéria de obesidade, advertiu nesta quarta-feira (30) a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O coordenador do projeto FAO de Apoio à Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome, Ricardo Rapallo, lembrou que a região conseguiu reduzir a população afetada pela fome de 70 milhões em 1990 para 47 milhões em 2013.

No entanto, a América Latina "também é campeã no aumento da obesidade" e do sobrepeso, que afetam 23% da população com mais de 20 anos, e 3,8 milhões com menos de de cinco, disse à agência Efe no marco da VIII Reunião do Grupo de Trabalho 2025 da Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome.

Segundo os critérios da FAO, uma pessoa se encontra em situação de fome quando não ingere suficientes calorias para ter uma vida saudável e completa, explicou.


"Ou seja, temos 8% da população da região que dorme com calorias insuficientes", alertou Rapallo no início das discussões sobre o tema na capital mexicana que tem a participação de funcionários e analistas de 24 países.

Cerca de 30% dos alimentos produzidos em todo o mundo são perdidos ou desperdiçados, diz FAO


O representante da FAO acrescentou que se a desnutrição fosse calculada a partir do consumo de outros nutrientes como ferro e iodo, ou pela ausência de proteínas, esses números seriam muito maiores.

A fome na América Latina não é um problema agrícola como em algumas regiões da África, destacou, já que é uma das regiões mais dinâmicas da produção de grãos, fornecendo 30% do total global, mas um desafio político.


"Produzimos alimentos para o consumo de outros 150 milhões de latino-americanos e caribenhos, e somos um ator relevante no comércio mundial", precisou.

O problema está em milhões de pessoas não terem acesso aos alimentos porque não dispõem de meios para comprá-los ou produzi-los.

"Estamos falando de um problema político, de políticas de proteção social do Estado". Rapallo explicou que a reunião, que termina amanhã, permitirá conhecer experiências de políticas públicas de vários países que conseguiram erradicar a desnutrição, assim como medidas para evitar o aumento da obesidade.

Os participantes também revisarão o cumprimento dos acordos fechados em encontros anteriores da Iniciativa América Latina e o Caribe sem Fome, que procura acabar com este mal na região até 2025. 

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