Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Após protestos violentos, Itália pede fim de grupos neofascistas

Manifestação contra obrigatoriedade de vacina e testes para trabalhadores do país terminou com brigas e feridos, em Roma

Internacional|Do R7

Manifestações de sábado (9) reivindicavam revogação de passaporte sanitário para trabalhadores
Manifestações de sábado (9) reivindicavam revogação de passaporte sanitário para trabalhadores Manifestações de sábado (9) reivindicavam revogação de passaporte sanitário para trabalhadores (TIZIANA FABI/AFP)

Políticos, intelectuais e sindicalistas da Itália exigiram nesta segunda-feira (11) a dissolução dos movimentos neofascistas que protagonizaram atos violentos em Roma no último sábado (9), em especial o ataque à sede do maior sindicato do país.

Tudo aconteceu após um grande protesto pacífico contra a extensão a todos os locais de trabalho do chamado "Passaporte Verde", que consiste em um certificado de vacinação contra a covid-19, um teste negativo para a doença ou a recente recuperação da mesma.

"O ataque foi perpetrado por formações abertamente neofascistas, vindas da galáxia do neofascismo do século 20 [...] Há um fio obscuro que os une", explicou à AFP o cientista político e historiador Marco Revelli, autor de livros sobre a direita e a esquerda na Itália.

A sede do sindicato da CGIL (Confederação Italiana do Trabalho) sofreu graves danos materiais. Além disso, houve um ataque ao centro de emergência de um hospital público e a polícia teve que usar gás lacrimogêneo para dispersar radicais posicionados em frente ao gabinete do primeiro-ministro, Mario Draghi. Alguns líderes do movimento de extrema direita Forza Nuova, instigadores desses atos, estão detidos.

Publicidade

Para muitos, as imagens lembraram a gênese do fascismo na Itália, que aproveitou o rarefeito clima social, econômico e político para chegar ao poder no início do século 20. “A linhagem é muito clara, pertencem a esse núcleo fascista”, frisou Revelli, que acredita que “a pandemia abriu novos caminhos para eles”.

“É hora de dizer com clareza. As formações que se identificam com o fascismo precisam ser dissolvidas”, afirmou Maurizio Landini, líder da CGIL.

Publicidade

O ataque ao sindicato, que defendia a obrigatoriedade do passaporte sanitário nas fábricas a partir de 15 de outubro, desencadeou uma onda de indignação e solidariedade em toda a península. Uma manifestação nacional foi convocada para o próximo sábado com o slogan "Mai piú fascismo" ("Facismo nunca mais").

O PD (Partido Democrático), de centro-esquerda, e o M5E (Movimento Cinco Estrelas), anti-establishment, apresentaram nesta segunda-feira uma moção no Parlamento pedindo a dissolução do Forza Nuova.

Publicidade

Leia também

O líder do PD, Enrico Letta, comparou o que aconteceu ao ataque ao Capitólio dos Estados Unidos. "Grupos neofascistas tentaram usar essa situação difícil [a pandemia] para atos de insurreição, nada mais nada menos do que o ocorrido nos Estados Unidos em 6 de janeiro", disse.

Os partidos de extrema direita, que lideram as pesquisas de opinião, entre eles os Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, e a Liga, de Matteo Salvini, recusaram-se a assinar a moção parlamentar.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.