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Atentados de Volgogrado geram dúvidas sobre segurança nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi

Jogos acontecerão de 7 a 23 de fevereiro em balneário de inverno no Mar Negro

Internacional|Do R7

Policial observa trólebus destruído sendo rebocado em Volgogrado
Policial observa trólebus destruído sendo rebocado em Volgogrado

Os dois atentados cometidos em Volgogrado entre domingo (29) e esta segunda-feira (30), com a marca dos rebeldes islamistas do Cáucaso Norte, têm o objetivo de espalhar o terror a poucas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão em Sochi, e representam um desafio para o presidente Vladimir Putin.

"É evidente que os atentados estão relacionados com os Jogos Olímpicos de Sochi", afirmou à AFP Alexander Konovalov, presidente do Instituto de Estudos Estratégicos.

Os Jogos acontecerão de 7 a 23 de fevereiro nesta estação balneária entre o Mar Negro e as montanhas do Cáucaso.

"Esta série de explosões busca criar uma atmosfera de terror antes dos Jogos Olímpicos", concordou o analista russo independente Pavel Felgenhauer.


Polícia confirma que atentados na Rússia estão relacionados

Segundo atentado em Volgogrado deixa 14 mortos


Atentado à estação central de Volgogrado deixa 17 mortos

Pelo menos 14 pessoas morreram na explosão nesta segunda-feira em um ônibus elétrico em Volgogrado, sudoeste da Rússia, onde um atentado suicida deixou 17 mortos no domingo na estação ferroviária central desta cidade vizinha do instável Cáucaso Norte, a 1.000 km de Moscou.


Sonho de Putin

Putin considera os Jogos de Sochi um dos pilares para melhorar a imagem do país e de seu governo no exterior e se comprometeu pessoalmente a fazer do evento uma "experiência segura, agradável e memorável".

Moscou já gastou mais de R$ 118 bilhões (50 bilhões de dólares) na preparação do evento, o maior orçamento da história dos Jogos Olímpicos, mas os islamistas ameaçam arruinar o desejo de Putin.

O líder da rebelião islamista do Cáucaso, Doku Umarov, afirmou em julho que seus simpatizantes devem "impedir por todos os meios" a celebração dos Jogos de Inverno.

Os dois atentados, executados na véspera do Ano-Novo, a festa mais importante celebrada na Rússia, "são um grande tapa para Putin", destacou Alexei Malachenko, analista do Centro Carnegie de Moscou.

— Isto é o que nos espera para os Jogos. Depois das explosões, milhares de espectadores não virão a Sochi.

As operações dos islamistas do Cáucaso fora de sua região são raras, mas são quase cotidianas no Daguestão, na Inguchétia, em Kabardia-Balkaria e na Tchetchênia.

Os atentados de Volgogrado são obra de "um grupo organizado que atacou em um lugar onde ninguém esperava", disse Malachenko.

Reforço

As autoridades concentram esforços de segurança em Sochi, onde foram adotadas importantes medidas de segurança para as Olimpíadas, deixando de lado outras cidades, o que poderia explicar a escolha de Volgogrado, segundo Felgenhauer.

Quase 40 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança em Sochi e o acesso à cidade de carro ficará proibido para não residentes a partir de 7 de janeiro, um mês antes da cerimônia de abertura dos Jogos.

Pequenos drones devem vigiar a cidade as 24 horas do dia e o serviço secreto pretende controlar todas as ligações telefônicas e acesos a internet de todos os participantes no evento, incluindo atletas e jornalistas, segundo denúncias de associações de defesa dos direitos humanos.

"A Rússia fará tudo o que for indispensável para a segurança do evento", o mais importante que o país receberá desde a desintegração da União Soviética em 1991, insistiu nesta segunda-feira o presidente do Comitê Olímpico Russo, Alexander Joukov, que descartou novas medidas de segurança.

Em função da situação, os Estados Unidos pediram uma maior cooperação em termos de segurança com a Rússia visando aos Jogos Olímpicos de Sochi.

"O governo dos Estados Unidos ofereceu seu total apoio ao governo russo na preparação da segurança para os Jogos Olímpicos de Sochi, e daríamos as boas-vindas à oportunidade de uma maior cooperação para a segurança dos atletas, dos espectadores e outros participantes", afirmou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Caitlin Hayden, em um comunicado.

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