Áudio indica que piloto da Germanwings foi trancado fora da cabine, diz jornal
Gravação mostra fortes batidas na porta da cabine de comando do avião
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Um dos pilotos do voo 9525 da Germanwings, cujo acidente na terça-feira (24) deixou 150 mortos no sul da França, foi trancado fora da cabine de comando do avião, afirmou o jornal norte-americano The New York Times. Segundo o Le Monde, quem estava fora do comando da aeronave era o copiloto.
As informações divulgadas pelos dois jornais têm como base os primeiros dados da caixa-preta.
De acordo com uma fonte ouvida pelo NYT, é possível ouvir os dois pilotos conversando em um clima "amigável" durante quase todo o percurso.
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Em um determinado momento, um dos dois deixa a cabine e, ao tentar retornar, é possível ouvir ele batendo na porta de maneira leve.
Um deles, que teria saído da cabine, bate na porta. Não há resposta. Novas batidas, mais fortes, aparecem nas gravações. Também sem resposta. Segundo o New York Times, mais nenhuma resposta é ouvida até o fim da gravação.
Como a porta não foi aberta, as batidas tornam-se cada vez mais fortes.
A fonte, que pediu anonimato, diz que quem ficou trancado do lado de fora "tenta derrubar" a porta. Com isso, as hipóteses de suicídio ou de um atentado começam a ganhar força.
Nem as autoridades, nem a Lufthansa confirmam a informação — mas também não a desmentiram.
O comandante do voo, que não teve a identidade revelada, tinha mais de seis mil horas de pilotagem e estava na Germanwings desde maio de 2014.
Antes disso, ele pilotava para a Lufthansa — dona da marca de baixo custo. Já o copiloto tinha 630 horas de voo e estava na companhia aérea desde setembro de 2013.
Busca pelos corpos
As equipes de buscas seguem na remoção dos corpos do local do acidente, no maciço de Trois-Evechès.
Também começarão nesta quinta-feira (26) a identificação por DNA das primeiras vítimas retiradas do local. Para hoje, são esperados centenas de parentes dos passageiros na França.
As autoridades preparam o "melhor acolhimento possível" para os familiares e colocarão à disposição das famílias 40 tradutores para espanhol e alemão e quatro unidades médico-psicológicas.
A queda do avião da Germanwings, que fazia o trajeto entre Barcelona (Espanha) e Dusseldorf (Alemanha), provocou a morte de 150 pessoas. A maior parte das vítimas era espanhola e alemã, mas cerca de 10 países confirmaram seus cidadãos dentro do voo fatal.